CI

Programa busca ampliar agricultura irrigada no Nordeste

Meta é aumento da área em 80 mil hectares até 2024


Foto: Pixabay

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Banco do Nordeste (BNB) lançaram, nesta quinta-feira (29), o Programa de Fomento à Agricultura Irrigada no Nordeste (Profinor). A intenção é ampliar a área irrigada na região em 80 mil hectares até 2024. Também busca modernizar 8 mil hectares de sistemas de irrigação obsoletos.

O Nordeste concentra 100% do cultivo de melão no país e já é destaque em irrigação nesta cultura, com bons resultados nos polos que usam a tecnologia. Além da região a iniciativa também abrange norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo.

A promoção do desenvolvimento sustentável ocorrerá por meio de crédito aos produtores rurais para que possam instalar ou trocar equipamentos de irrigação por outros mais eficientes e também instalar sistemas de energia alternativa.  

“A partir da linha de crédito criada pelo BNB, os pequenos e médios produtores rurais da região poderão agora ter acesso facilitado tanto a recursos para a implantação ou expansão de projetos de irrigação e drenagem, como também à assistência técnica necessária para que seus projetos sejam economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis”, destacou a ministra Tereza Cristina.

A ministra acrescentou que a missão do Mapa é oferecer ao Nordeste “as mesmas condições da produção agropecuária do Centro-Sul”. “Conciliaremos aumentos de produtividade e diversificação da produção com incrementos na renda e na qualidade de vida do produtor, além de benefícios incontestes para o meio ambiente”.

Produtores rurais e empresas dessas regiões que tenham interesse em implantar a agricultura irrigada ou que precisem modernizar ou expandir o sistema de irrigação poderão contar com R$ 900 milhões em crédito por meio do Profinor. Os recursos são provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), BNB Agro Inovação e Pronaf, com taxas de juros que variam de 4,38% a 4,78% ao ano, dependendo do porte do produtor (pequeno, médio e grande) e com bônus de adimplência. O crédito será operacionalizado pelo Banco do Nordeste.

“Temos grandes celeiros no Nordeste e precisamos dar dinamicidade a esses polos de desenvolvimento com a produção agrícola pelo emprego de novas tecnologias, melhoria de processos e concessão de outorgas. Que possamos melhorar a produtividade e o agronegócio do Brasil olhando para o Nordeste”, ressaltou o presidente do BNB, Romildo Rolim.

Os itens que poderão ser financiados pelo Programa são: aquisição de sementes e mudas para cultivos irrigados; implantação das culturas sob irrigação; aquisição de insumos para áreas irrigadas; aquisição de equipamentos de irrigação, bombas e sistemas de adução de água; construção de barramentos e açudes para acúmulo de água para irrigação; financiamento de sistemas/equipamentos para manejo da agropecuária irrigada; sistema de energia de fontes alternativas e convencionais; custeio agrícola.

Para o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, o programa atende aos anseios de produtores do Nordeste. “Temos terras muito produtivas e condições de duplicar as áreas irrigadas para transformar o Nordeste numa região empreendedora e moderna”.

No caso da contratação de assistência técnica específica para agricultura irrigada, serão priorizados os territórios definidos dentro do AgroNordeste, programa do Mapa para alavancar cadeias produtivas da região. 

Dados do Censo Agropecuário de 2017 e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostram que a área irrigada no Brasil é de aproximadamente 7 milhões de hectares, o que corresponde a 3% da área agricultável. A relação média mundial entre área irrigada e agricultura de sequeiro é de 20%, no Brasil esse índice é de apenas 10% da área plantada, ou cerca de 8,2 milhões de hectares.

Existem 55 milhões de hectares, ocupados atualmente pela agricultura de sequeiro e por pastagens, aptos para irrigação, de acordo com pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo – Esalq/ USP, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

No Profinor, o produtor rural, com apoio de extensionistas, definirá em qual lavoura pretende colocar sistema de irrigação. Uma das cadeias produtivas a serem beneficiadas é a de frutas, como lavouras de manga, uva e banana e citrus. O potencial para a produção de frutas com alto valor agregado é grande, e ainda há espaço para incrementar a partir da irrigação do solo, bem como o desenvolvimento social, econômico e ambiental.

“Acreditamos que com ciência e tecnologia vamos mudar o cenário do Nordeste brasileiro, levando a riqueza do agro. Fazer agricultura irrigada inteligente atendendo ao binômio de produção com sustentabilidade”, disse o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo.
 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.