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ES: espécies nativas podem ser atrativas na silvicultura

Objetivo é criar incentivos para que as espécies nativas tenham atratividade econômica


Foto: Marcel Oliveira

O Espírito Santo já se consolidou como líder brasileiro de políticas de base florestal. Com um dos maiores polos nacionais de florestas plantadas com espécies exóticas, o estado foi pioneiro em iniciativas de restauração, como o Programa Reflorestar e também de produção sustentável, como o Programa Mais Floresta Produtiva. Agora, dando sequência a este protagonismo, o ES dá outro passo importante nesta direção ao instituir um Grupo de Trabalho  que tem como objetivo criar incentivos para que as espécies nativas tenham mais atratividade econômica, ganhem mercado e escala.

A iniciativa foi anunciada em um evento do Governo do Estado neste dia da água (22 de março), já que uma das medidas mais eficientes para garantir a segurança hídrica é investir nas florestas. Elas são fundamentais e influenciam diretamente no regime de chuvas e também na recuperação e preservação de nascentes. Estudos mostram ainda seu enorme potencial de filtragem de partículas, que podem gerar economia para os sistemas de captação e abastecimento de água.

Com alto potencial nos mercados interno e externo, as espécies nativas cumprem funções ecológicas importantíssimas e são capazes de gerar retornos econômicos consideráveis. Apesar disso, as mesmas ainda são pouco utilizadas na silvicultura por conta de inúmeros obstáculos, que vão desde a falta de investimento a questões de legislação. É nesse contexto que a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura – movimento formado por mais de 280 representantes do agronegócio, setor financeiro, sociedade civil e academia – e o governo do Espírito Santo decidiram iniciar uma parceria para apoiar o GT Nativas a implementar no estado um conjunto de propostas que visam superar esses entraves e dar escala à silvicultura de nativas.

A Coalizão Brasil propõe quatro linhas prioritárias para transformar o país em líder global neste tema: Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI); Marco Regulatório; Mercado; e Financiamento e Investimentos. É esse conhecimento que será aportado e alavancado no Grupo de Trabalho lançado pelo Governo do Espírito Santo.

“O Acordo de Paris, a Declaração de Nova York, a Iniciativa 20 x 20 e o Desafio de Bonn são iniciativas que reconhecem a restauração de florestas e o reflorestamento como uma estratégia fundamental para mitigar as mudanças climáticas e melhorar a resiliência econômica e social”, explica Miguel Calmon, líder do tema na Coalizão Brasil.  “A silvicultura de espécies nativas tem tudo para ser um bom negócio e, ao mesmo tempo, contribuir para a meta de restaurar e reflorestar os 12 milhões de hectares de terras degradadas que o Brasil assumiu sob o Acordo de Paris”, completa.

Hoje, o estado do Espírito Santo já possui programas de P&D de espécies nativas que são referência no Brasil, como a Reserva Natural Vale, além de contar com outras empresas como a Suzano, que podem impulsionar essa agenda por meio de sua cadeia produtiva. Organizações de conservação e restauração, como TNC Brasil, WRI Brasil e WWF Brasil também atuam na região e, assim como a Vale e a Suzano, integram a Coalizão Brasil e estarão à frente deste Grupo de Trabalho junto com o Governo do Estado.

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