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Rio de Janeiro e Espírito Santo têm potencial para produção maior de milho

Profissionais lotaram a sala virtual para fazer a validação dos estudos de zoneamento agrícola de risco climático do milho


Foto: Eliza Maliszewski

Setenta e cinco profissionais lotaram a sala virtual disponibilizada para fazer a validação dos estudos de zoneamento agrícola de risco climático para a cultura do milho - 1a safra - nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, no dia 24 de junho. Participaram produtores rurais, consultores técnicos, gestores públicos, representantes de entidades de pesquisa e ensino, de bancos, de cooperativas e do setor privado.

A abertura ficou por conta da chefe geral da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), Petula Ponciano, que citou o encontro como mais uma etapa no trabalho de levar o Rio de Janeiro a utilizar ao máximo o seu potencial agrícola. “As reuniões de validação servem para atualizar as datas de semeadura com menor risco climático para a cultura do milho sequeiro, além de orientar os produtores para a escolha dos melhores tipos de solo - geralmente, argilosos, arenosos ou de textura média - quanto à capacidade de armazenamento de água e das variedades mais resilientes e adaptadas para cada região, contribuindo para a racionalização do crédito agrícola”, explicou Fernando Macena, pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), um dos coordenadores da reunião. “No Brasil, mais de 40 culturas já foram contempladas com o Zarc. A ferramenta é utilizada em apoio à tomada de decisão para o planejamento e a execução de atividades agrícolas, para políticas públicas e para a seguridade agrícola, as principais culturas agrícolas brasileiras já estão contempladas no zoneamento”. Para ter uma ideia do volume de dados usado nos zoneamentos, mais de três mil estações meteorológicas são usadas só para monitorar o clima. 

“No nosso País, a seca é o principal evento na causa de perdas na agricultura”, destacou Macena, lembrando que a fase inicial do plantio do milho é a mais crítica porque a planta tem que ter água para germinar. “Creio que a possibilidade de sucesso maior nos estados do Rio e Espírito Santo para o milho está na região litorânea de ambos”, disse Aryverton de Oliveira, também coordenador do evento e pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP).

Sobre água e seca o cientista da Embrapa Solos, José Francisco Lumbreras, lembrou que a Região dos Lagos (RJ) é a mais seca do estado, com 80% de possibilidade de seca entre agosto e dezembro, assim sendo, seria importante rever no Zarc a data recomendada para o início do plantio. Estabelecendo um contraponto, a Região Noroeste do estado; onde está Italva, por exemplo, possui 80% de chance do cultivo “vingar” caso se inicie o em meados de outubro. Já Paracambi foi apontado como município no RJ com potencial para a cultura do milho, em médias e pequenas propriedades.

“Em 2015 o Rio de Janeiro tinha apenas 10 mil hectares plantados com milho, o Zarc vai ajudar a aumentar esse número. Além disso, contamos com uma grande quantidade de especialistas em solo no estado”, revelou o pesquisador da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro, que mediou a reunião. Polidoro citou como trunfo para o Rio o grande número de várzeas e, como obstáculo, a topografia. Polidoro lembrou também da importância da elaboração de um zoneamento de risco para outra cultura no Rio de Janeiro: a soja, particularmente na cidade de Campos e regiões norte e nordeste do Rio, com apoio dos três centros de pesquisa da Embrapa no Rio: Agrobiologia, Agroindústria de Alimentos e Solos. “O Rio de Janeiro é o segundo maior estado consumidor do Brasil, precisa produzir mais”, enfatizou Polidoro.

Plantio Certo

Coordenador do Zarc RJ/ES, o pesquisador da Embrapa Solos, Wenceslau Teixeira lembrou do app Plantio Certo. “Ele foi uma revolução para a visualização dos dados do ZARC. Você seleciona o município e já sabe quais cultivos estão disponíveis, e rapidamente seleciona a variedade - se for o caso - e o tipo de solo 1, 2 ou 3 e ainda possui as janelas de plantio com os diferentes riscos. Se seguidas as janelas de plantio e contrato feito são cobertas em caso de sinistro dentro de alguns programas de seguro, como o Proagro, Proagro familiar etc.” 

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