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Colheita de soja deve avançar em Goiás a partir da segunda quinzena de fevereiro, diz Aprosoja-GO

De acordo com a entidade, até o momento apenas cerca de 5% da área plantada com soja foi colhida no estado


Colheitadeiras trabalham em lavouras de soja no Sudoeste goiano desde os últimos dias de janeiro – algumas já estavam no campo, inclusive, por volta do dia 15. Mas até o momento apenas cerca de 5% da área plantada no Estado foi alcançada, estima a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO). Devido ao atraso das chuvas em outubro e à concentração do plantio no mês de novembro, o pico da colheita de soja estadual é esperado para a segunda quinzena de fevereiro.

Colheita de soja

Mesmo quem já colheu parte de sua produção pode ter que fazer uma pausa antes de finalizar os trabalhos. É o caso do produtor Luiz Renato Zapparoli, de Chapadão do Céu, na divisa com o Mato Grosso. Em sua propriedade, a colheita de soja das primeiras lavouras, que deram lugar à cultura do algodão, já terminou. “Inicialmente o atraso de chuvas não foi tão significativo para nós. Tivemos a sorte de acertar o plantio no começo de outubro e algumas mangas (chuvas de curta duração) atingiram as plantações”, conta, ressaltando que a produtividade desses talhões “surpreendeu positivamente”.

“Fora essa área, atrasei muito o plantio e só devo ter nova colheita por volta do dia 15 de fevereiro. A questão da sanidade foi tranquila, e a soja está boa, bonita”, afirma Zapparoli. De forma geral, as lavouras em Goiás estão na fase de enchimento de grãos, caminhando para o final do ciclo produtivo. Conforme o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro, os relatos dos produtores são de que doenças e pragas estão em níveis dentro da normalidade nesta safra.

Segundo o consultor, no mês passado, o veranico que chegou a 15 dias em algumas áreas e as temperaturas bastante elevadas geraram perdas pontuais nas regiões Sul e Centro-Leste (Estrada de Ferro) do Estado. A preocupação maior foi nos solos arenosos e com presença de cascalho, que têm mais dificuldade em reter água. “Um ponto que agravou a questão do veranico nessas localidades é que se plantou em condições de alta umidade. Então o desenvolvimento radicular ficou muito superficial, e alguns produtores constataram que essas áreas, mesmo tendo um veranico normal para o período, sofreram um pouco mais”, explica Palavro.

Maior área de soja

Nesta safra 2017/18, a extensão plantada com soja em Goiás apresentou incremento de 3,4% em relação ao ciclo anterior, para 3,390 milhões de hectares. Além de trechos de abertura de área no Centro-Norte do Estado, a Aprosoja-GO avalia que muito desse crescimento veio da região Sudeste, onde se encontrava a maioria das plantações de milho primeira safra. “Tivemos uma redução até significativa, de mais de 50 mil hectares na área de milho verão, que cederam espaço quase totalmente para a soja”, informa o consultor técnico.

Essa maior área de soja deve proporcionar uma produção total muito próxima ou mesmo superior ao volume da temporada 2016/17, que fechou em 10,819 milhões de toneladas. Por enquanto, a Aprosoja-GO acompanha as estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de que a colheita atual deve ser de 10,780 milhões de toneladas. A comercialização segue atrasada na comparação com o ano anterior, sendo que cerca de 35% da produção foi vendida antecipadamente, calcula a associação dos produtores.

Safrinha de milho

De acordo com a Aprosoja-GO, os últimos meses apresentaram médias positivas de pluviosidade – em alguns casos, até acima da normalidade –, o que está garantindo o bom desenvolvimento das lavouras de soja em Goiás. A preocupação agora é em relação às previsões meteorológicas para o fim deste mês e começo de março, quando deve ser implantada a maior parte da safrinha de milho.

Em Luziânia, no entorno do Distrito Federal, as colheitadeiras do produtor Carlos Alberto Moresco vão começar a retirada da soja no final de fevereiro. Depois entra o milho, mesmo em escala menor que na safra anterior. “A gente projeta um pouco de safrinha nas áreas que serão colhidas primeiro, visualizando um clima em que possa chover um pouco mais, até início de maio.” Em parte da fazenda, Moresco vai plantar trigo para melhorar a sanidade do solo e sorgo.

Em função do atraso ocorrido no plantio da soja – além da expectativa de tempo chuvoso em fevereiro, o que pode atrapalhar as operações de colheita –, o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro, estima que a área de milho safrinha deve apresentar queda em relação ao ano passado. “Acreditamos que os produtores vão baixar investimentos, e pelo estreitamento da janela ideal de plantio, devem também reduzir a área cultivada. A nível estadual, acreditamos que essa redução varie de 10% a 15% na comparação com o inverno anterior”, afirma. Em 2017, a safrinha de milho em Goiás ocupou 1,260 milhão de hectares e produziu 7,774 milhões de toneladas, informou a Aprosoja-GO.

 

 

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