Trigo pressionado no Sul do Brasil
No Paraná, a situação também é de lentidão

Segundo a TF Agroeconômica, o mercado de trigo segue pressionado no Sul do Brasil por diversos fatores, incluindo a sobra de estoques da safra anterior, retração da demanda por farinha e ausência de compradores dispostos a pagar os preços pedidos pelos vendedores. No Rio Grande do Sul, o trigo pão foi negociado a R\$ 1.380 FOB, mas os moinhos se retraem rapidamente após cada compra. A disponibilidade relativamente alta de matéria-prima nesta época do ano contribui para manter os preços baixos, gerando um ciclo de vendas com margens reduzidas.
Na safra nova gaúcha, vendedores pedem R\$ 1.250 no interior, principalmente na faixa norte, mas compradores oferecem R\$ 1.200, sem sucesso nas negociações. Já as cotações de exportação para dezembro giram em torno de US\$ 230/tonelada no porto de Rio Grande, o que representa cerca de R\$ 1.128 no interior – valores que inviabilizam a operação. Em Panambi, o preço da pedra se manteve em R\$ 70,00/saca para o produtor.
Em Santa Catarina, o mercado está praticamente paralisado. Um único lote de trigo branqueador foi negociado a R\$ 1.550 FOB do RS para SC. Os preços seguem travados entre R\$ 1.330 e R\$ 1.360 FOB, pressionados pela grande oferta gaúcha. Há ainda uma estimativa de queda de 20% na venda de sementes em relação ao ano anterior, o que reforça a projeção da Conab de uma redução de 6,3% na produção estadual, mesmo com aumento de 2% na área plantada.
No Paraná, a situação também é de lentidão. Os preços continuam pressionados por sobras da safra anterior e pela iminente colheita da safra nova. Vendedores pedem R\$ 1.500 FOB pelo trigo tipo 1, enquanto compradores oferecem R\$ 1.450 CIF, sem acordo. O preço médio pago aos produtores caiu 0,36% na semana, para R\$ 77,14/saca. Apesar disso, o lucro médio do triticultor paranaense segue positivo, embora tenha recuado de 5,29% para 4,91%.