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Agro pelo Brasil debate avanços tecnológicos no campo e a importância da formação profissional

Agro pelo Brasil promoveu diversos debates sobre os avanços tecnológicos no campo com a agricultura 4.0


Foto: Nadia Borges

O Agro pelo Brasil promoveu diversos debates na manhã desta sexta-feira (18) sobre os avanços tecnológicos no campo com a agricultura 4.0, a importância da Formação Profissional Rural e ainda ouviu o médico sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz, Cláudio Maierovitch, que tirou dúvidas dos participantes sobre a Covid-19.

Em um bate-papo entre Brasília, Salvador e Goiânia, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, o coordenador de Comunidades de Inovação do Senar Bahia, Adaulto Liberato, e o gerente de Inovação do Senar Goiás, Fernando Borges, discutiram como a tecnologia mudou a realidade do setor agropecuário brasileiro.

“Em cinco décadas, o Brasil conseguiu construir um setor agropecuário sustentável e competitivo. Conseguimos isso porque investimos fortemente em pesquisa agropecuária, tecnologia e inovação”, afirmou Moretti.

Ele abordou as principais inovações que a Embrapa desenvolveu para o campo como o Sistema Plantio Direto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e a Fixação Biológica de Nitrogênio, tecnologias de baixa emissão de carbono. “O Plantio Direto revolucionou a produção no Brasil, principalmente de commodities no Cerrado. É uma tecnologia fantástica que tem contribuído para a sustentabilidade do agro brasileiro.”

Para o futuro, Moretti afirma que as perspectivas são grandes, levando em consideração o crescimento da população mundial nos próximos dez anos, passando de 7,3 bilhões para 8,5 bilhões de pessoas.

“A tecnologia digital vai contribuir para que o Brasil consiga aumentar sua produção, com melhor produtividade para continuar sendo eficiente e um dos principais players globais em produção de alimentos. No entanto, a chave para o sucesso do agro digital é a conectividade. Esse é um grande desafio para o agro e para o governo brasileiro com o intuito de avançarmos nesse processo e melhorar a conectividade no campo.”

A tecnologia adotada no meio rural mudou a realidade na região do Vale do São Francisco, segundo maior polo produtor de frutas do País, com 120 mil hectares plantados, principalmente com uva e manga.

“A tecnologia e a inovação sempre estiveram atreladas à produção em Juazeiro (BA), que é uma região semiárida e com índice pluviômetro baixo. O uso de tecnologias contribuiu para a sustentabilidade da região e da atividade, levando mais informações e poder de decisão para o produtor rural”, destacou Adauto Liberato, coordenador de Comunidades de Inovação do Senar Bahia.

Liberato falou sobre os investimentos do Senar para profissionalizar o produtor local, como o Centro de Excelência em Fruticultura, a Assistência Técnica e Gerencial e o programa AgroUp, que identifica as dificuldades do produtor e encontra tecnologias adequadas para solucionar esses problemas.

“As startups têm ganhado espaço e trazido tecnologia para o setor com o AgroUp, porque monta uma rede de inovação para identificar as problemáticas e as tecnologias para levar ao produtor. Para que isso aconteça, temos uma forte relação com esses sistemas de inovação.”

Em Goiás, o produtor pode contar com os treinamentos do Senar nas novas tecnologias e com o Campo Lab, hub de inovação do Sistema Faeg/Senar, que desenvolve soluções tecnológicas para o setor, segundo o gerente de Inovação, Fernando Borges.

“Desenvolvemos projetos como o Desafio Agro Startups e diversas outras iniciativas para o produtor melhorar a produção e a gestão da propriedade. Em 2020, o Senar entrou de vez nesse mundo com a criação do programa Acelera Campo.”

Borges ressaltou que a transformação digital no campo só foi possível graças ao produtor rural. “Ele é a pessoa mais importante nessa transformação, porque adotou as tecnologias e as colocou para funcionar. Esse produtor está antenado, sabe o que precisa para sua propriedade e busca soluções tecnológicas para isso.”

Formação Profissional Rural – Para que o produtor rural utilize todos os benefícios das tecnologias disponíveis no campo, o Senar promove os cursos de Formação Profissional. No Agro pelo Brasil, a diretora de Educação Profissional Rural e Promoção Social da entidade, Janete Lacerda, e os superintendentes do Senar na Bahia, Karine Magalhães, e em Goiás, Dirceu Borges, abordaram o tema.

“O Senar atende a cada ano mais de três milhões de produtores rurais nas mais diversas cadeias produtivas em todo o País. Atendemos as demandas dos produtores por meio das administrações regionais e dos sindicatos rurais, com cursos planejados e de acordo com a necessidade de cada município e/ou região”, afirmou Janete.

Mesmo durante a pandemia, as atividades do Senar não pararam e as aulas passaram do ambiente presencial para o virtual.

“Na região de Juazeiro, a vocação é a fruticultura. Então fechamos parcerias com empresas e ouvimos o mercado para melhorar a formação do técnico em fruticultura. E agora, na pandemia, colocamos as aulas no Centro de Excelência completamente remotas para que os alunos não perdessem nada”, destacou Karine Magalhães, superintendente do Senar Bahia.

Dirceu Borges disse que o Senar Goiás não parou e se reinventou através de tecnologia e inovação para continuar levando capacitação e conhecimento para os produtores rurais durante a pandemia.

“O campo está cada vez mais exigente em relação à qualificação da mão-de-obra. Por isso, estamos sempre atualizando nosso portfólio. Hoje o tamanho da propriedade não importa, mas a eficiência que o produtor tem naquilo que faz. Por isso, levamos capacitação e assistência técnica para ele produzir mais, melhor e em menos tempo.”

Nessa primeira edição do Agro pelo Brasil, o Sistema CNA/Senar trouxe o médico sanitarista Cláudio Maierovitch, da Fundação Oswaldo Cruz, para tirar dúvidas sobre o assunto.

Maierovitch defendeu a manutenção da quarentena, principalmente para os grupos de risco, como idosos e gestantes. Segundo ele, os riscos de transmissão da doença da mãe para o bebê são pequenos, mas reforçou os cuidados durante a amamentação como higienização do seio, das mãos e uso de máscara. “A máscara é importantíssima para proteção pessoal e das pessoas à nossa volta.”

O médico ressaltou que os lugares mais perigosos são aqueles onde as pessoas se aglomeram. “Mas isso não é muito comum no campo, devido ao trabalho ao ar livre. No entanto, as principais preocupações devem ser manter o distanciamento e o uso da máscara. Ainda estamos em um momento de alta transmissão e precisamos ter atitudes seguras.”

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