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Chuva acima da média no verão no Rio Grande do Sul

Para áreas produtoras de arroz no Rio Grande do Sul, a condição climática para o mês de janeiro será de chuva acima da média


Temperatura da Superfície do Mar

Apesar de aquecimento do Pacífico, atmosfera não responde como El Niño.

ANÁLISE: Em boletim atualizado em 13 de dezembro, o Centro Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) manteve a previsão de um El Niño fraco durante o verão 2019 no Brasil. Há 90% de chance da presença do fenômeno, mas aquecimento promete ser modesto, semelhante ao ocorrido na safra 2014/15. Mas, além da previsão de El Niño, a NOAA manteve a informação de que a atmosfera ainda não acoplou com o oceano em novembro. Ou seja, a atmosfera ainda não responde como El Niño, algo que já se desconfiava no Brasil, pois a primavera foi caracterizada por temperaturas baixas. O calor duradouro somente apareceu a partir da segunda semana de dezembro.

A chuva no Brasil aconteceu mais pela sazonalidade e pela intrassazonalidade que pelo padrão interanual. Fatores como a época do ano ou ondas atmosféricas tropicais como o Madden Julian tiveram um peso maior na distribuição de chuva em novembro que o aquecimento do Pacífico. Tanto que nesta altura do campeonato, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul enfrentam uma estiagem que começou em 25 de novembro em algumas localidades. Neste contexto, vale mais a previsão de curto prazo com informações da distribuição de chuva pelo Brasil que a previsão macro (interanual), que será mais sentida a partir de meados do verão.

Ainda em dezembro, a gangorra da chuva voltará a funcionar. Inicialmente, durante o segundo decêndio do mês, a chuva acima da média retornará ao Paraná, Santa Catarina e sul e leste do Paraná. Posteriormente, nos últimos dez dias de dezembro, a precipitação também alcançará boa parte do Sudeste e Centro-Oeste.

No MATOPIBA, apesar de não existir expectativa de grandes acumulados, a chuva também reaparecerá perto da virada do ano. Para janeiro, por enquanto, há previsão de chuva acima da média no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Amapá e abaixo da média em Santa Catarina, leste do Nordeste e entre o oeste do Maranhão e Roraima.

Em Estados como Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás não aparecem grandes anomalias para este mês. E com relação à temperatura, a relação entre frio e calor deverá mudar a partir de agora. Espera-se uma sequência de mais dias quentes alternando-se com curtos períodos de temperatura baixa. Neste aspecto, chama-se a atenção para declínio de temperatura durante o Natal e dentro do segundo decêndio de janeiro no Sul e Sudeste. As demais datas até meados de janeiro serão caracterizadas pelo calor.

Temperatura - Previsão Geral

Em janeiro, a tendência é de elevação das temperaturas, e o cenário também se repete entre Fevereiro e Março. Em Fevereiro, há chance de manhãs mais frias e tardes mais quentes, garantindo dias com grande amplitude térmica. Assim, em todo o verão espera-se temperaturas acima da média no Rio Grande do Sul.

Precipitação - Previsão Geral

Para áreas produtoras de arroz no Rio Grande do Sul, a condição climática para o mês de janeiro será de chuva acima da média no estado, com uma maior irregularidade de chuva entre a segunda e a terceira semana. O desvio positivo mais acentuado será esperado para o último decêndio do mês, com episódios de chuva intensa para grande parte do estado, especialmente oeste e norte gaúcho. A chuva acontecerá especialmente na primeira e última semana do mês, ficando acima da climatologia.

A previsão de configuração do El Niño nos primeiros meses de 2019, tem como principal consequência para as áreas produtoras de arroz do Rio Grande do Sul, uma maior frequência e intensificação das frentes frias. Fevereiro será mais um mês com chuva acima da média, com episódios de chuva distribuídos ao longo do mês.

Porém, a fato do fenômeno só se instalar no verão e com intensidade variando de fraca a moderada, contribui para reduzir eventuais riscos de estiagem para a produção da lavoura de arroz. Espera-se que o mês de fevereiro seja semelhante a janeiro, com chuva acima da média, apenas no extremo sul gaúcho a chuva será mais fraca que o normal, com acumulados próximos da média climatológica. Em março, a expectativa é de instabilidades menos frequentes no estado gaúcho, mantendo assim o risco para chuva abaixo da média em grande parte do estado, exceto no extremo sul gaúcho o volume de água pode superar a média climática.

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