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Governo finaliza privatizações com lances em portos

Somente com os portos investimentos devem ser de R$ 600 milhões


Foto: Divulgação/Antaq/Porto de Itaqui

O governo federal encerrou a última semana com o leilão de concessão de cinco terminais portuários. Na chamada InfraWeek ainda foram concedidos 22 aeroportos e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) em um trecho da Bahia.

Na última sexta-feira (9) foram oferecidas para a iniciativa privada quatro áreas no Porto de Itaqui (MA) e uma no Porto de Pelotas (RS). Foram arrecadados R$ 216,3 milhões.

Os três terminais de graneis líquidos no Porto de Itaqui (MA) foram arrematados pela Santos Brasil que também opera o Porto de Santos (SP), o maior do país. As ofertas da companhia para as áreas chamadas IQI03, IQI11 e IQI12 foram de R? 61,3 milhões, R? 56 milhões e R? 40 milhões, respectivamente. Já o IQI13 do Porto de Itaqui (MA) teve como vencedor o Terminal Químico de Aratu (Tequimar) com proposta de R$ 59 milhões. 
O prazo das concessões é de 20 anos, com possibilidade de prorrogação por mais 70 anos. As três áreas somam 180 mil m3 de capacidade instalada e a previsão de investimentos futuros para ampliação de capacidade é de R? 416 milhões. 

O arremate marca a entrada da empresa no ramo de granéis líquidos. Segundo os dados da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), a movimentação de granel líquido cresceu 14,8% no ano passado frente a 2019, enquanto o setor portuário apresentou alta de 4,2%. "Com a conquista destes três terminais entramos num setor que vem crescendo em ritmo acelerado e nos posicionamos com um player relevante em um porto que é hub de distribuição de derivados de petróleo para a região centro-oeste e que tem enorme potencial de crescimento ligado ao agronegócio", disse Antônio Carlos Sepúlveda, presidente da Santos Brasil.

Já o terminal portuário de Pelotas (RS) foi concedido para a CMPC, multinacional chilena que já opera o terminal desde 2016. O vínculo foi estendido por mais dez anos e o valor a ser investido no período soma o valor de R$ 16 milhões. 
 
Localizada em Guaíba (RS), a empresa de celulose historicamente utiliza a hidrovia da Lagoa dos Patos para o transporte de cargas. Com um porto próprio em sua planta industrial, a empresa carrega celulose da região metropolitana de Porto Alegre até o Porto de Rio Grande. A mesma barcaça se desloca para Pelotas, recebe madeira de eucalipto, que é plantada e colhida na região sul do estado, e retorna até a unidade produtiva. Essa logística circular evita a realização de 100 mil viagens de caminhão por ano. Em 2020 a organização foi responsável por 30% da movimentação total por hidrovias no Rio Grande do Sul, transportando 1,7 milhão de tonelada de celulose e 900 mil toneladas de madeira.

“Estar presente com uma operação portuária em Pelotas é algo altamente estratégico para a CMPC. Temos grande parte dos nossos hortos florestais localizados na região sul do estado, de modo que o uso da hidrovia nos possibilita uma logística limpa a um custo competitivo. É extremamente gratificante saber que vamos seguir investindo em um município que é um polo econômico, cultural, universitário e também portuário”, afirmou o diretor-geral da CMPC, Mauricio Harger.

Somente com os portos investimentos devem ser de R$ 600 milhões, segundo o Ministério da Infraestrutura. Na quarta-feira (7), o governo arrecadou R$ 3,3 bilhões com a concessão de 22 aeroportos, garantindo um investimento estimado de R$ 6,1 bilhões ao longo dos 30 anos do contrato. Na quinta-feira (8), a concessão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol 1) foi arrematada pelo valor mínimo e proposta única da Bahia Mineração S/A (Bamin), que irá retomar a obra com investimentos estimados em R$ 3,3 bilhões.

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