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Técnicos se reúnem em Minas Gerais para validar zoneamento do milho

Mais de 100 pessoas participaram da reunião online, em 25 de junho


Foto: Eliza Maliszewski

Profissionais do setor produtivo agropecuário de Minas Gerais se reuniram para fazer a validação do Zoneamento Agrícola do Risco Climático para a 1ª e 2ª safras do milho no estado. Mais de 100 pessoas participaram da reunião online, em 25 de junho, promovida pela Embrapa Milho e Sorgo em parceria com duas outras Unidades da empresa, Embrapa Cerrados e Embrapa Informática Agropecuária.

O chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Frederico Durães, fez a abertura da reunião de validação de Minas Gerais e ressaltou que  o Zarc dá suporte às iniciativas pública e privada, que integram outras políticas de mercado, de inovações tecnológicas e o marco legal para a eficiência de desempenho e segurança das safras agrícolas. “A reunião de validação da metodologia Zarc, por espécie agrícola, é uma oportunidade para uma junção de saberes técnico-científicos e de produção e mercado, dos vários agentes de interesse para uma região, em um período de uma safra agrícola”, disse Durães.

Os dados do Zarc Milho para Minas Gerais foram organizados pelos pesquisadores Aryeverton Fortes de Oliveira e José Eduardo Monteiro (Embrapa Informática Agropecuária); Fernando Antônio Macena da Silva (Embrapa Cerrados); Balbino Antônio Evangelista (Embrapa Pesca e Aquicultura); Daniel Pereira Guimarães  e Camilo Lelis de Andrade (Embrapa Milho e Sorgo).  Atualmente,  Minas Gerais cultiva 721.900 e 465.100 hectares de área com milho na primeira e segunda safra, respectivamente, conforme dados da Conab.

“O Zarc é uma ferramenta de análise de risco climático que considera a variabilidade climática, com isso ela permite indicar as datas de semeadura, com menor risco climático para os municípios do estado. “O objetivo desta reunião é fazer a validação do Zarc para a cultura do milho 1ª e 2ª safras para o estado de Minas Gerais e avaliar as possíveis inconsistências nos resultados gerados. Pois, uma vez validados, os resultados serão enviados para o Ministério da Agricultura”, explicou Fernando Macena.

Daniel Guimarães apresentou a metodologia do Zarc para o milho safra e safrinha (segunda safra). Ele mostrou como os fatores climáticos determinam a produtividade agrícola. “O que fazemos é avaliar os riscos climáticos e um estudo de probabilidades. Todo processo de modelação envolve determinação de limites de cortes. Avaliamos também como funciona a interação de três fatores: clima, solo e cultura, bem como o balanço hídrico”.

Já Eduardo Monteiro detalhou os dados apurados para a safra e safrinha do milho nas diversas regiões do estado de Minas Gerais. Ele ressaltou que o objetivo desta reunião é mostrar os resultados, a metodologia e os parâmetros de modelagem. “Assim podemos fazer os ajustes. O zoneamento segue, na maioria dos casos, considerando as culturas de sequeiro. Mas, também, existe o zoneamento para cultura irrigada”, disse.

“O ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli também compareceu à reunião. Ele destacou a importância da cultura do milho, cereal mais requerido no mundo hoje. E fez um chamamento para o aumento de produção de alimentos para poder suprir a demanda estimada pela FAO até o ano 2050. “Nós precisamos urgentemente ampliar a nossa oferta, especialmente de milho e de sorgo. E nós temos condições de produzir mais. A forma de aumentar a produção, estamos discutindo aqui. Uma delas é seguir as orientações do zoneamento, com as épocas de plantio e todas as outras condições que se estabelecem, com a melhora da adubação e do manejo”, disse.

“O Brasil pode atender essa demanda fabulosa que nós vamos ter daqui até 2050. E isso pode ser resolvido sem precisar ampliar um metro quadrado de área, basta que se irrigue. Esta é uma solução prática, mais econômica. A não ser no caso do ILPF, em que você recupera pastagens. Hoje nós temos quase dois milhões de hectares irrigados na região do cerrado. Estas irrigações estão permitindo três safras. Isso é muito bom. Essas três safras se encaixam perfeitamente na necessidade do mercado atual”, concluiu o ministro.

Zarc

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O zoneamento é elaborado em duas etapas: a modelagem e a validação dos resultados.  As reuniões para validação para as safras de milho acontecem no Brasil nos meses de junho e julho de 2020.

A modelagem consiste em utilizar modelos que permitem indicar períodos mais apropriados de plantio, por município, levando em consideração o ciclo das cultivares e o tipo de solo, de modo a minimizar a chance de que adversidades climáticas coincidam com a fase mais sensível das culturas. Esta etapa, coordenada pela Embrapa, é elaborada por uma equipe multidisciplinar de especialistas utilizando metodologias desenvolvidas por várias instituições.
O chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, Lauro José Moreira Guimarães, considerou a responsabilidade da equipe do Zarc. “A gente vê a complexidade que é rodar um sistema desses. E as contribuições dos convidados enriquecem e esclarecem melhor a situação de cada região. Precisamos entender o que o agricultor está fazendo. E ficar atentos aos benefícios que estas ferramentas podem trazer para as atividades agrícolas”.

Para validar os resultados apresentados nesta reunião, em Minas Gerais, participaram representantes de instituições públicas e privadas, cooperativas de agricultores, técnicos extensionistas, produtores e pesquisadores da Embrapa. Estes profissionais contribuíram para avaliar se os resultados obtidos com a modelagem estão de acordo com a realidade no campo. Assim, podem ser feitos os ajustes, e pode ser concluído o relatório que será enviado ao Mapa.

Zoneamento

Confira no site do Mapa o cronograma de reuniões de validação do Zarc.

Ao todo, onze culturas serão revisadas em 2020, pela Embrapa Informática Agropecuária e pelo Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), através de um convênio com o Banco Central do Brasil, que possibilitou a ampliação das pesquisas até 2021. A primeira cultura é o milho. As reuniões estão sendo realizadas por teleconferência e começaram em junho de 2020.

Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas e para o plantio de cultivares indicadas nas portarias de zoneamento.

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