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Programa ATeG chega para aprimorar ainda mais o tradicional queijo Canastra

O projeto iniciado há dois meses é resultado da parceria entre Sindicatos dos Produtores Rurais e Sistema FAEMG/SENAR/INAES


Foto: Marcel Oliveira

Três municípios da região da Serra da Canastra estão recebendo o Programa de Assistência Técnica e Gerencial - ATeG Agroindústria Artesanal para trabalhar o segmento que os tornaram conhecidos no mundo: o queijo Canastra. O projeto iniciado há dois meses é resultado da parceria entre Sindicatos dos Produtores Rurais e Sistema FAEMG/SENAR/INAES para atender produtores de Medeiros, Tapiraí e Bambuí. Vários pilares serão trabalhados como a assistência técnica na produção, custos e estrutura das queijarias.

A cultura do queijo é tradicional no município reúne na sua maioria produtores da agricultura familiar em uma produção que a receita é passada de pai para filho e se tornou patrimônio cultural imaterial. Reconhecidos nacionalmente, os produtores já contabilizam várias premiações pela qualidade do produto.

O queijo Canastra

O instrutor Cyro Daniel de Campos atende 20 propriedades, sendo duas delas em Bambuí, seis em Tapiraí e 12 em Medeiros. Segundo Cyro, os produtores estão abertos as mudanças necessárias para melhorar a produção e manter a qualidade. Embora o Programa esteja bem no início, algumas medidas já reportaram ganhos para os produtores como no corte na massa, segundo o instrutor. Com as técnicas repassadas, Cyro ressalta que muitos conseguiram aumentar a produção em um ou dois queijos por dia, o que representa aumento de até 10% na produção mensal. “Nós trabalhamos com metas a longo prazo, pois focamos higiene, boas práticas na fabricação, custos de produção e infraestrutura da queijaria”, ressaltou o instrutor. Ele destaca o novo momento de valorização do queijo com a tradição sendo mantida na família e o retorno de filhos para a atividade.

A produtora Francielle Cristina Leite, da queijaria Pedacin da Serra, é um desses exemplos. Ela está retornando as atividades que é uma tradição na sua família, após vivenciar outras experiências profissionais como engenheira civil. Na família ela é a quinta geração a trabalhar com o queijo e segundo a produtora está dando certo, com o reconhecimento pelo produto e boas vendas.

Sobre as novas práticas adotadas ela confirma o aumento na produção de um queijo e meio por dia, com as técnicas repassadas por Cyro no momento de `quebrar a massa`. “Com a mesma quantidade de leite conseguimos aumentar a produção diária. Estou gostando bastante do Programa e das visitas do técnico. É Sempre muito bom ter um olhar profissional por perto. O Cyro é muito atencioso e gosta de ajudar. As planilhas e as formas de anotação estão me ajudando bastante. Ter uma disciplina de anotações é sempre bom”. 

O gerente da Regional do Sistema em Passos, Rodrigo de Castro Diniz, ressalta que o programa reúne a técnica e a gestão e o sucesso dos empreendimentos está nas anotações para poder calcular o lucro real da atividade. “O queijo Canastra vive um excelente momento com o reconhecimento da sua qualidade. O nosso trabalho chega para auxiliar os produtores a levarem a sua tradição a frente com o controle técnico e gerencial da atividade. Estamos apenas começando o trabalho, muitos resultados positivos ainda serão conquistados”.

A região

Medeiros tem 3.644 habitantes conforme o último censo e integra o Circuito da Serra da Canastra. Atualmente a cidade conta com o Centro de Maturação do Queijo Minas Artesanal e com o Museu do Queijo Canastra, considerado hoje o centro de referência cultural dos queijos artesanais para toda a região da Canastra. Tapiraí tem população estimada em 1.726 habitantes. Também faz parte do Circuito Canastra. Bambuí tem população de 22.709 habitantes.

Para a coordenadora do ATeG Agroindústria, a analista técnica da Coordenadoria de Formação Profissional Rural do SENAR, Marília Saraiva Pereira, a expectativa é que os produtores possam aumentar o seu lucro dentro da atividade e que as agroindústrias ainda não regularizadas consigam adequar suas instalações e seus produtos para obterem a certificação, o que permitirá que seus produtos cheguem aos pontos de venda com qualidade e segurança, além  de alcançarem novos mercados, não se restringindo apenas ao comércio regional. “A agroindústria é uma atividade que precisa de orientação em todas as etapas de produção, nas boas práticas de fabricação, assim como orientação para sua formalização e comercialização dos produtos, possibilitando ao produtor obter sucesso, melhoria da sua renda e da sua qualidade de vida”.

O projeto preconiza o atendimento técnico e de gestão das propriedades rurais, com objetivo de adequação tecnológica e de orientação ao produtor para que este passe a gerenciar o seu negócio como um empreendimento rural de sucesso. Desenvolvido em um período de 24 meses, com visitas mensais, e acompanhado por técnicos, coordenadores e supervisores, as metas propostas devem contemplar o aumento da produtividade e aumento da renda, visando o lucro da atividade. O Programa conta também com capacitações técnicas complementares do produtor e do trabalhador através dos cursos do SENAR, relacionados à cadeia produtiva.

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