Feijão-carioca cai e feijão-preto registram alta no início de setembro
O feijão-preto apresentou um modesto crescimento em Santa Catarina
Segundo a análise da edição de setembro do Boletim Agropecuário produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, em agosto, os preços pagos aos produtores catarinenses de feijão-carioca registraram uma queda de 5,58% em comparação com o mês anterior. Por outro lado, o feijão-preto apresentou um modesto crescimento de 0,58% nos preços médios. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o preço médio da saca de feijão-preto caiu 0,87%, enquanto o feijão-carioca teve uma redução anual de 3,53%. Comparando os preços médios de agosto com os primeiros dez dias de setembro, observa-se uma elevação de 22% no preço do feijão-preto e de 11% no feijão-carioca, indicando uma tendência de alta.
Durante a safra 2022/23, os preços começaram a reagir a partir de novembro de 2022, atingindo o pico em fevereiro de 2023 para o feijão-preto e em abril de 2023 para o feijão-carioca. Entre julho e outubro de 2023, o feijão-carioca alcançou os menores preços devido à entressafra, período em que o produto envelhece e perde qualidade. Os preços do feijão-preto, por outro lado, têm se mantido superiores ao do feijão-carioca desde julho de 2023, impulsionados por problemas climáticos que afetam a principal região produtora de feijão-preto no Sul do país, resultando em uma menor oferta e preços mais altos, conforme os dados do boletim.
Na safra 2023/24, o feijão-preto ocupou aproximadamente 70% da área plantada com feijão na primeira safra e cerca de 92% na segunda safra. A demanda do mercado e os preços mais vantajosos incentivaram os produtores a investir mais no cultivo desse grão. No início de agosto, a seca e as queimadas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste já estão afetando o mercado, e o atraso no plantio da primeira safra tem causado preocupação entre os produtores. Segundo o Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE), atualmente não há estoque regulador para suprir a demanda em caso de escassez, e a formação desses estoques está vinculada a aquisições a partir de preços mínimos, o que exigiria uma queda abaixo de R$181,23 para iniciar a formação do estoque.
De acordo com o Boletim Agropecuário, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou em julho os novos preços mínimos para os produtos de verão da safra 2024/2025, com valores atualizados para o feijão-preto e o feijão-carioca. Para Santa Catarina, o preço mínimo do feijão-preto tipo 1 foi fixado em R$152,91/saca de 60 kg, uma redução de 4,16% em relação ao preço anterior. O feijão-carioca teve uma variação negativa de 1,10%, com o novo preço mínimo estabelecido em R$181,23/saca de 60 kg.
As previsões para a safra 2024/25 indicam um aumento na intenção de plantio, com a área plantada de feijão primeira safra prevista para crescer em 3,56%. A produtividade média também deve aumentar, alcançando 1.924 kg/ha, o que representa um crescimento de 11,34%. A produção total deverá atingir aproximadamente 55,5 mil toneladas, um aumento de 15,31%.
A produção de feijão em Santa Catarina é dividida entre duas safras: a primeira safra, conhecida como safra das águas, tem mostrado uma redução na área plantada ano a ano, enquanto a segunda safra está crescendo. O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) do Mapa define a janela de plantio para feijão primeira safra de agosto a dezembro e para a segunda safra de janeiro a março, conforme a análise do Boletim Agropecuário.