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Com ajuda das redes sociais, produtora de queijo do Triângulo Mineiro registra 400% de crescimento nas vendas

Trabalho em família foi desenvolvido em parceria com a Emater-MG durante a pandemia


Foto: Marcel Oliveira

Walkiria Naves inaugurou a queijaria Ouro das Gerais, na Fazenda Boa Aprazível, região de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, em 2018. A agricultora conta que a comercialização do produto sempre foi feita em mercados da cidade, além do envio para alguns estados. Mas, quando começou a pandemia, teve dificuldade em manter o mesmo fluxo de vendas.

Diante da dificuldade, a veterinária aposentada pediu ajuda para os extensionistas da Emater- MG, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A técnica Patrícia Freitas, responsável pelo Programa Queijo Minas Artesanal na região Triângulo Mineiro, aceitou o desafio de auxiliá-la na apresentação e divulgação do produto e deu a ideia de criar, nas redes sociais, um mercado virtual para comercialização dos queijos.

A extensionista explica que é muito importante apoiar os produtores neste momento de pandemia. "O produtor além de produzir o leite, o queijo, pasto, manter os animais saudáveis e diversas outras atividades na propriedade, ainda tem que divulgar, ofertar e vender seu produto. Não podemos abandonar o produtor com o produto acabado nas mãos, com dificuldade de conquistar mercados que deem ao produto artesanal o reconhecimento e valorização digna," afirma.

Patrícia traçou, em conjunto com a produtora, as diretrizes para a venda nas redes sociais, a criação de nomes atrativos para os quatro tipos de queijos (Ouro Branco, Pingo de Ouro, Ouro 24 Quilates e Ouro Velho), a criação de um calendário de lives, além de estratégias para conquista de novos clientes.

Walkiria Naves colocou em prática todas as orientações e em apenas quatro meses teve um aumento de 400% nas vendas e ainda ampliou o mercado consumidor. “Antes, as nossas vendas se restringiam mais para os estados de Minas Gerais e São Paulo, mas, após a criação do mercado virtual, conseguimos mais clientes. Hoje estamos vendendo para um nicho diferente e em quase todos os estados do Brasil”, comemora.

O sucesso nas vendas tem permitido a produtora dar continuidade ao trabalho realizado pelos pais dela e manter viva a queijaria que sempre sonhou. Ela e o marido têm a ajuda dos dois filhos para produzirem, artesanalmente, cerca de 70 queijos por dia. E, para alegria dos pais, eles já estão decididos a dar continuidade à tradição familiar, mesmo após se formarem.

A dedicação de Walkiria e da família já tinha dado outros frutos. Ela permitiu não apenas o crescimento nas vendas e a manutenção da queijaria, mas, também, a conquista de duas medalhas no Mundial do Queijo Brasil, em 2019, o recebimento do Selo Arte e a certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose.

Estas vitórias estimulam ainda mais a família a investir em melhorias na saúde e bem-estar do gado Jersey. Eles optaram pela a raça principalmente devido às características do leite, pois apresenta maior teor de proteínas e gorduras, além de ser de fácil manejo e dócil.

O manejo do rebanho é feito com pasto irrigado, dividido em piquetes. A família também investe no uso de energia limpa, no bem-estar dos animais e na sustentabilidade ambiental.
 

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