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Faturamento com produtos mineiros cai 5,9%

No primeiro semestre, os negócios movimentaram R$ 3,72 bilhões, com recuo de 11,6% no preço médio


As exportações do agronegócio de Minas Gerais encerraram o primeiro semestre com queda de 5,9% no faturamento quando comparado com igual intervalo de 2017. As negociações de produtos agrícolas e pecuários movimentaram US$ 3,72 bilhões, ante os US$ 3,95 bilhões obtidos de janeiro a junho de 2017. Entre os fatores que justificam o menor faturamento está a retração observada na cotação da tonelada dos produtos agropecuários e a queda verificada no desempenho de importantes produtos, como o café e o grupo das carnes, por exemplo.

De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), entre janeiro e junho de 2018, Minas Gerais destinou 4,98 milhões de toneladas de produtos agropecuários ao mercado internacional, um avanço de 6,5% quando comparado com as 4,68 milhões de toneladas embarcadas em igual período do ano anterior.

No intervalo, o preço médio pago pela tonelada, US$ 746,11, retraiu 11,6% quando comparado com o valor de US$ 844,1 praticado no mesmo período de 2017.

Apesar de menor, foi registrado superávit na balança comercial do setor. O levantamento da Seapa mostra um saldo na balança comercial do agronegócio, no primeiro semestre, de US$ 3,39 bilhões, valor 7,69% menor quando comparado com os US$ 3,6 bilhões gerados em saldo em igual intervalo de 2017.

Mantendo a mesma base de comparação, as importações do agronegócio somaram US$ 322,6 milhões, frente ao valor de US$ 272,2 milhões movimentados anteriormente, aumento de 18,52%. Ao todo, Minas Gerais importou 368,8 mil toneladas de produtos agropecuários, aumento de 24,25%, frente as 296,8 mil toneladas importadas entre janeiro e junho de 2017.

No primeiro semestre, o café, principal produto da pauta exportadora do agronegócio mineiro, apresentou retração de 18,7% no faturamento gerado com os embarques, que encerrou o período em US$ 1,38 bilhão. Em volume, a retração ficou em 10,6%. Ao todo, foram destinadas ao mercado internacional 523,9 mil toneladas de café.

Além da queda no volume embarcado, contribuiu para a retração no faturamento das exportações de café o menor valor pago pela tonelada do grão. Enquanto a média de preço praticada entre janeiro e junho de 2017 foi de US$ 2.898 por tonelada, em igual intervalo do ano atual, o volume foi comercializado a US$ 2.636, valor quase 10% menor.

Sucroalcooleiro - Os preços baixos, a oferta elevada e a demanda enfraquecida no mercado internacional pressionaram a cotação do açúcar e contribuíram para que o desempenho das exportações do setor sucroalcooleiro ficasse menor no primeiro semestre de 2018.

De acordo com os dados da Seapa, o complexo sucroalcooleiro movimentou US$ 327,3 milhões com os embarques, queda de 39,2% frente ao primeiro semestre de 2017. Em volume exportado, a retração foi de 20,1%, com destinação de 996,4 mil toneladas às exportações. No período, a tonelada dos produtos foi negociada, em média, a US$ 328,57, queda de 23,8% quando comparada com o valor de US$ 431,45 praticado no primeiro semestre de 2017.

Somente nos embarques de açúcar foi verificada retração de 38,7% em faturamento, US$ 325,5 milhões, e de 19,7% em toneladas exportadas, 993,2 mil.

Expansão da soja - Já o complexo soja encerrou o primeiro semestre de 2018 com expansão nos embarques. Ao todo, o setor foi responsável por uma movimentação financeira de US$1,06 bilhão, valor que superou em 42,5% os US$ 748,2 milhões registrados em igual período do ano passado. Em volume, os embarques cresceram 35,6%, com o volume de 2,5 milhões de toneladas.

A comercialização da soja em grão com o exterior foi responsável por um faturamento de US$ 974,4 milhões, variação positiva de 43%. O incremento em volume ficou em 34,9% com a exportação de 2,4 milhões de toneladas. O preço pago pela tonelada subiu de US$ 378,5 para US$ 401,1, alta de 6%.

Os embarques de farelo de soja cresceram 43,2% em volume (158 mil toneladas) e 33,4% em faturamento, US$ 87 milhões.

Setor de carnes registra retração de 22,9%

Assim como o verificado nos segmentos de café e sucroalcooleiro, foi apurado resultado negativo também no faturamento das exportações do grupo das carnes. Entre janeiro e junho, a retração no alcançou 22,9%, com o grupo movimentando US$ 356,4 milhões. Em relação ao volume embarcado, a queda atingiu 14,8%. Ao todo, foram destinadas ao mercado externo 155,2 mil toneladas de carnes.

Entre os principais setores da carne, a maior retração foi verificada nos embarques de frango. No primeiro semestre, Minas Gerais exportou 40,85% a menos do produto, com o embarque de 57,8 mil toneladas. As negociações movimentaram US$ 89,3 milhões, valor que ficou 42,9% inferior.

No segmento de suínos, a queda no volume exportado, 7,8 mil toneladas, chegou a 18,7%. Com isso, o faturamento retraiu 28,1% e somou US$ 14,1 milhões. O valor pago pela tonelada caiu de US$ 2.041 para US$ 1.805, uma desvalorização de 11,5%.

Até mesmo os embarques de carne bovina, que até o fechamento de maio estavam positivos, retraíram no encerramento do primeiro semestre. Com queda de 5,6%, o faturamento das exportações de carne bovina somou US$ 240,3 milhões. Minas Gerais exportou, no primeiro semestre, 85 mil toneladas do produto, volume 33% maior. A retração no faturamento é justificada pelo preço pago pela tonelada, US$ 2.826, que ficou 29% inferior.

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