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Em evento para engenheiros, secretária Ana Valentini destaca a competitividade do agro mineiro

Também foram convidados para falar sobre o setor o presidente da Faemg, Roberto Simões, e o deputado federal Zé Vitor


Foto: Pixabay

A secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Maria Valentini, participou, na noite de quinta-feira (17/9), do 7º Webinar do movimento Engenharia Já, com o tema “Agricultura do Século XXI”. Ela apresentou dados sobre a “Competitividade Agrícola de Minas Gerais”, destacando o bom momento que a agricultura mineira está vivendo mesmo em meio à pandemia. Além da secretária, também participaram do evento online o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, e o deputado federal Zé Vitor.

Em sua apresentação, Ana Valentini lembrou que um dos fatores que levam a esta pujança do agro mineiro é a grande diversificação. “Dos 63 produtos levantados na pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM), do IBGE, Minas possui informações de 50 deles. Outro fator importante é a quantidade de estabelecimentos rurais em nosso estado. Segundo o IBGE, são 607,6 mil propriedades rurais”, disse.

A secretária também destacou a importância do Crédito Rural, que na safra 2019/2020 viabilizou a assinatura de 222 mil contratos em Minas teve 222, totalizando R$ 24,8 bilhões aplicados na agropecuária. “Tudo isso resultou em uma safra recorde de grãos, com 15,4 milhões de toneladas. Minas foi 6º maior produtor do país, com aumento de 4,7% na produtividade, 5,8% na produção e apenas 1,1% na área plantada. Até agosto, o nosso Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária está com um crescimento de 19,8% em relação a todo ano de 2019”, pontuou Ana Valentini.

Roberto Simões falou sobre “ Os Desafios da Agricultura do Século XXI” e pontuou as Agendas do Futuro para o setor: Agricultura 4.0; Tecnologia, Inovação e Produtividade; Biotecnologia; Inteligência Artificial; Conectividade; e Resiliência. "A sustentabilidade – econômica, social e ambiental – é imperativa, não podemos deixar de falar disso mais. Temos que avançar em qualidade, que é algo que já praticamos, na agregação de valor, rastreabilidade e transparência, entre outras coisas", afirmou.

Um dos pontos destacados pelo deputado federal Zé Vitor, que trouxe em sua apresentação as “Políticas Públicas e Agricultura – Onde Avançar”, foi o problema da falta de conectividade nas áreas rurais de Minas e do país.

“Há um projeto, que chegou a ser votado na Câmara, e que trata sobre a redistribuição do Fundo de Universalização dos serviços de Telecomunicações (Fust). Eu não sei se vocês sabiam, mas as empresas de telefonia têm um compromisso de manter os orelhões no país, o que custa R$ 100 milhões por ano. Estamos tratando para que este recurso seja redistribuído no Brasil. Segundo os nossos cálculos, com um terço dos R$ 21 bilhões existentes no Fust, teríamos o suficiente para que 90% do meio rural do país tivesse acesso à conectividade e pudéssemos mergulhar na Agricultura 4.0”, detalhou.

Perguntas do público

Ao fim das exposições, o mediador do evento, Mário Ferreira Campos Filho, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), abriu espaço para que o público pudesse fazer perguntas aos convidados.

Indagada sobre a importância da irrigação para o desenvolvimento do agro mineiro, a secretária Ana Valentini, que é uma das fundadoras da Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais (Irriganor), lembrou que o Cerrado, bioma que ocupa quase dois terços do estado, tem como característica um grande volume de chuva concentrado em cinco ou seis meses seguidos de até sete meses de seca.

“Neste cenário, o racional é você guardar água da chuva para usar no período seco, mas as pessoas acham que reservar água tem muito impacto ambiental. Toda estrada, toda casa, toda obra feita traz um impacto, mas o benefício da água reservada é muito maior que o dano. Estamos construindo um amplo debate no Governo de Minas para que as mudanças sejam feitas, pautadas por estudos técnicos e sem trazer grandes prejuízos. Estamos construindo esse caminho para que essas barragens sejam autorizadas, já que temos mais de 2 mil produtores no estado aguardando para autorização para construir barragens”, compartilhou Ana.

Outro espectador perguntou para a secretária se as áreas de florestas não deveriam estar sob responsabilidade da Seapa. “Elas continuam no Instituto Estadual de Florestas (IEF), mas existe essa discussão antiga. Eu, que sou engenheira florestal, não vejo nenhum sentido em as florestas não serem consideradas uma produção. Mas isso é uma mudança de governança, que vai custar um pouco, pois precisamos de mais funcionários, e estamos com essa dificuldade momentânea no estado. Mas isso não saiu do nosso radar e, para conseguirmos essa mudança, precisamos do apoio do setor e dos deputados”, respondeu a secretária.

O evento completo está disponível no Youtube do Roda de Ideias, e pode ser assistido clicando AQUI.

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