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Equipes técnicas somam esforços no Programa de ATeG em Bovinocultura de Leite do Senar/MS

Agricultores familiares têm acesso a tecnologias voltadas ao melhoramento genético e qualidade do lácteo


Foto: Pixabay

Melhoramento genético dos rebanhos leiteiros e promoção da sanidade animal e da qualidade do leite. Essa é a base do trabalho executado pelas equipes técnicas do Instituto BioSistêmico (IBS) no Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em Bovinocultura de Leite, desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Mato Grosso do Sul (Senar/MS), que conta com a parceria do Sebrae/MS.

Contratado pelo Sebrae, o IBS atendeu mais de 800 agricultores familiares, produtores de leite, de 56 municípios sul-mato-grossenses, em 2020. Um trabalho realizado em total sinergia com as equipes de técnicos do Senar que atuam neste projeto desde 2014, levando conhecimento ao produtor. O objetivo é promover desenvolvimento financeiro e produtivo das áreas atendidas, além de ampliar o conhecimento técnico de gestão dos produtores.

A partir da parceria entre o Senar e o Sebrae, a equipe do IBS, formada por médicos veterinários e zootecnistas, passou a atuar desde o final de 2019 com as unidades Rufião Móvel e Vaca Móvel , laboratórios móveis voltados, respectivamente, ao planejamento reprodutivo e à promoção da sanidade do rebanho e da qualidade do leite.

Rufião Móvel

O médico veterinário Geancarlos Carraro faz parte da equipe do IBS que realiza os exames de ultrassom nas vacas com o Rufião Móvel. Ele explica que, primeiramente, é feita a avaliação ginecológica do rebanho para seleção dos animais aptos a receberem o protocolo de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) com o implante de progesterona para, após 10 dias, as vacas serem inseminadas pela equipe do Vaca Móvel.

“Conseguimos transmitir para o produtor a importância da coleta dos índices zootécnicos. Eles passam a observar quais são os animais que apresentam uma boa eficiência reprodutiva, o que auxilia na tomada de decisão para os possíveis descartes e manutenção dos animais produtivos, que apresentam maior viabilidade econômica”, relata Geancarlos.

Para a técnica do Senar Mariluci Foresti Neves, que atende 27 produtores no município de Ponta Porã, os exames de ultrassom possibilitaram o diagnóstico de muitas doenças reprodutivas. “Anteriormente, grande parte dos produtores acabava descartando matrizes boas de leite, pois não sabiam como tratar devidamente. Isso mudou a partir da parceria, pois os médicos veterinários passaram a orientar o tratamento dos animais identificados com problemas”, afirma Mariluci.

Vaca Móvel

Em 2020, um dos maiores desafios das equipes técnicas do Senar e do IBS foi realizar os atendimentos em meio à pandemia da Covid-19. Todos os protocolos de saúde e segurança foram seguidos pelos técnicos para que os atendimentos pudessem continuar. Nesse contexto, as visitas técnicas da equipe do Vaca Móvel ganharam uma importância ainda maior para orientação de boas práticas para o manejo de ordenha, com importantes medidas de higiene, além da realização das análises de qualidade do leite.

“Com os resultados da análise do leite, detectamos problemas na produção e orientamos estratégias para corrigi-los, garantindo melhor qualidade do produto final. Trabalhamos medidas que contribuem para a promoção da saúde única, pois tratamos da saúde animal, orientamos um manejo voltado à qualidade do leite, o que irá refletir na saúde de quem for consumir esse produto”, explica a médica veterinária Renata Alves, que atua na equipe do Vaca Móvel.

Além de cuidar da saúde do rebanho e da qualidade do leite, os técnicos do IBS que atuam com o Vaca Móvel realizam a IATF. Em 2020, foram 5.376 vacas inseminadas, com 2.881 prenhezes. Nas 30 propriedades atendidas pelo técnico do Senar, Ronaldo Adriano Bandoch, em Anaurilândia, nasceram 97 bezerras de 137 vacas inseminadas na última rodada de IATF.

“A parceria Senar, Sebrae e IBS flui muito bem e é de extrema importância. Contribuirá para alavancar a pecuária leiteira no Mato Grosso do Sul. A satisfação dos produtores é geral, pois antes precisavam comprar bezerras leiteiras fora e com bastante dificuldade. Hoje, temos bezerras de boa qualidade nascendo e, futuramente, elas produzirão cerca de 15 a 20 litros de leite por dia”, destaca Ronaldo.

Para os técnicos que atuam no programa, o sucesso da parceria entre Senar, Sebrae e IBS deve-se à atuação conjunta das equipes, na qual um trabalho complementa o outro, contribuindo para resultados mais efetivos nas propriedades.

“Tudo está interligado. Não conseguimos melhorar a produção e a qualidade do leite somente com genética. É fundamental uma nutrição adequada e balanceada do rebanho, além de um programa de gestão da propriedade que contribua para a lucratividade da atividade. E esse trabalho é muito bem realizado através dos técnicos do Senar”, reforça a médica veterinária Renata Alves.

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