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Realizada primeira reunião com Stakeholders da região do Pantanal

Pesquisadores da Embrapa Pantanal, participantes do projeto Pecuária do Futuro, se reuniram, no dia 08 de outubro de 2018 em Campo Grande/MS


Os pesquisadores da Embrapa Pantanal, participantes do projeto Pecuária do Futuro, se reuniram, no dia 08 de outubro de 2018 em Campo Grande/MS, com o grupo de stakeholders da região pantaneira, a fim de ouvir as sugestões e anseios dos representantes de diferentes segmentos da cadeia da pecuária local, sobre os temas relacionados às tecnologias que vêm sendo desenvolvidas pela Unidade em Corumbá, e iniciar, assim, um relacionamento de engajamento com este público de interesse. O encontro faz parte do projeto Pecuária do Futuro, iniciado em 2016 pela Embrapa Pecuária Sudeste e parceiros, e que pretende entregar ao setor produtivo sistemas de tomada de decisão para o produtor rural.

Segundo a jornalista responsável pelo plano de comunicação, Ana Maio, o grande diferencial deste projeto é que ele está constantemente em contato com o público de interesse, a fim de refinar o máximo possível os produtos para um resultado mais próximo do anseio da sociedade. E este foi o objetivo deste encontro: saber dos públicos o que eles esperam receber das ferramentas já em desenvolvimento “Sistema de alerta de cheias”; “Sistema de alerta de risco de incêndio para o Pantanal” e “Substituição de pastagens”.

"Buscamos ouvir os diferentes atores que poderão ser beneficiados com as tecnologias para saber alguns detalhes do formato: por exemplo, se a entrega poderia vir em forma de  aplicativo, site ou algum outro sistema? Quais as informações que devem estar acopladas a estas ferramentas? Etc.”. Ana explica que este foi apenas um primeiro contato com o grupo no Pantanal: “a ideia é construir, também, um relacionamento com estes stakeholders, para que eles possam continuar acompanhando este processo de finalização dessas ferramentas. A construção deste engajamento deverá ser feita pela equipe do Pecuária do Futuro da Unidade de Corumbá”, concluiu a jornalista.

Dinâmica Design Thinking

Para obter essas sugestões de aprimoramento a equipe lançou mão de uma dinâmica denominada “Design Thinking”. Segundo a líder do plano de gestão do conhecimento e da informação do projeto, Milena Ambrosio Telles, o diferencial neste evento para os outros realizados dentro do Pecuária do Futuro é que as tecnologias abordadas já estão em desenvolvimento e não havia um relacionamento prévio com esses stakeholders.

“Dividimos os participantes em 5 grupos: um com o tema incêncio, outro sobre cheia, outros dois abordando a substituição de pastagens - uma vez que esta tecnologia é a que está no estágio mais inicial -  e uma quinta mesa apenas com a equipe da Embrapa. Durante a dinâmica os participantes tinham um tempo determinado para responder questões como “o que sabemos” sobre o problema levantado e “o que nos impede” de solucioná-lo. Com os gargalos mapeados, o grupo sugeriu oportunidades técnicas e não técnicas para tentar resolvê-los, desenhadas por meio de protótipos.  Para a obtenção de resultados, recomendamos que os integrantes dos grupos priorizassem os problemas e as soluções, estabelecendo focos e evitando dispersão”, detalhou Milena.

A analista explica que a pessoa de fora, muitas vezes, tira o especialista da zona de conforto e faz com que ele pense em algo que, de repente, nunca pensaria se continuasse a conversar só com os pares. “Estes stakeholders, muitas vezes conseguem observar o todo e a dinâmica faz com que o participante se sinta parte do grupo tomador de decisão. É uma relação de ganha-ganha. Os participantes ao mesmo tempo em que aprendem, colaboram com o processo. É uma metodologia muito rica na promoção de mudanças nas pessoas, que por sua vez promoverão mudanças na realidade”, explicou Milena.

Stakeholders: pessoas interessadas, envolvidas ou afetadas por uma determinada situação, negócio ou instituição

O diretor presidente do Imasul, Ricardo Eboli, avaliou como extremamente positiva a oportunidade “uma vez que aqui foram discutidas políticas públicas no Pantanal a partir de bases cientificas e com envolvimento dos atores de interesse.  Acredito que a metodologia do trabalho realizado trará bons resultados para serem implantados, a fim de que tenhamos um desenvolvimento com maior sustentabilidade que tanto necessita nossa região”, detalhou Ricardo.

O diretor executivo da Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil de Corumbá, Isaque do Nascimento, declarou que “a sociedade é quem ganha, por se tratar de um momento de reunião de pessoas com notável conhecimento sobre o assunto, que contribuíram, cada um em sua área de atuação, com sugestões de soluções para ocorrências que periodicamente afetam o planalto e a planície pantaneira: o fogo, a cheia e desmatamento. Muitas das ideias propostas podem ser adaptadas e aplicadas na prática, e com isso todos ganham: tanto as instituições que tem a responsabilidade em apresentar respostas, como também o benificiário que terá uma política pública voltada para ele em sua realidade”, explicou.

Para Andrea Di Francesco, diretora do centro de excelência em bovino de corte do Senar, é importante quando temos a visão ampliada: “este tipo de projeto discutido desta forma provoca esta ampliação, além de promover uma integração e promoção de comprometimento, uma vez que nos coloca no centro das discussões e passamos a ser integrantes do processo de busca de soluções, e não apenas observadores”, explicou.

No caminho certo

Para os pesquisadores, os resultados obtidos neste primeiro contato são animadores e sinalizaram que as ferramentas que vêm sendo desenvolvidas na instituição vão ao encontro dos anseios do público estratégico.

Segundo o pesquisador Carlos Padovani, responsável pelo “Sistema de alerta a inundações”, as ideias relatadas durante o evento vieram a confirmar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos pesquisadores “muito do que foi proposto e discutido vem de encontro com o que já está sendo proposto nas ferramentas de suporte para tomada de decisão”, explicou.

Para a pesquisadora responsável pelo “Sistema de alerta de risco de incêndio para o Pantanal”, Balbina Soriano, surgiram várias colocações e considerações interessantes na reunião: “Em particular uma, que me chamou a atenção, e que pretendemos incorporar, foi quanto à participação colaborativa da sociedade no caso de visualizar um incêndio eles poderem contribuir inserindo informações de localização do incêndio em um sistema/aplicativo”, detalhou a pesquisadora.  

Sandra Santos, pesquisadora que trabalha com a “Substituição de pastagens”, conta que o evento foi uma oportunidade de discutir e construir juntos uma maneira prática de decidir onde, como e quando introduzir pastagens no pantanal de maneira sustentável considerando aspectos ambientais e econômicos. “Por se tratar de uma primeira reunião, acredito que foi muito produtivo, uma semente que pretendemos cultivar, que nos mostrou que é possível buscar e encontrar soluções práticas para temas delicados a partir do coletivo, juntos”, concluiu Sandra.

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