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Campo Futuro levanta custos de produção de pecuária de corte e grãos

CNA e o Cepea levantaram os custos de produção de grãos em MS e de pecuária de corte no RS


Foto: Divulgação

A CNA e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) levantaram os custos de produção de grãos em Chapadão do Sul (MS) e de pecuária de corte em Bagé (RS), na terça (15), durante painéis do Programa Campo Futuro.

 Em Chapadão do Sul (MS), os produtores que acompanharam o painel relataram que a cultura da soja superou as expectativas em termos de produtividade na última safra colhida na região.

“O que se observou foi a evolução da produtividade em relação ao levantamento realizado em 2019, um avanço de mais de 30% em relação”, afirmou Thiago Rodrigues, assessor técnico da CNA. “Em relação aos custos de produção, os dados preliminares apontaram um incremento de 4% na comparação com o levantamento realizado em 2019”.

 Segundo Rodrigues, em compensação, o preço de venda do grão deu uma alavancada significativa com relação à última safra. “Considerando todas as opções de comercialização da soja descritas durante o painel, a receita da propriedade típica da região alcançou valor 16% maior ao apontado no último ano, o que refletiu em bons resultados financeiros com a atividade.”

No caso do milho, apesar da produtividade ter sido 10% maior em relação ao painel de 2019, a colheita foi abaixo do esperado pelos produtores.

“Toda a tecnologia descrita para a cultura do milho previa a produção de 130 sacas por hectare, mas segundo os participantes do levantamento, problemas decorrentes da seca que afetou a região nos meses de março a maio, ocasionaram a produção de apenas 100 sacas por hectare. Em relação aos custos, tivemos um cenário de aumento razoável, mas abaixo do esperado, de apenas 1,5% referente ao custo da implantação dessa cultura descrito no último levantamento”, afirmou Rodrigues.

 No painel de pecuária de corte em Bagé, no Rio Grande do Sul, dois tipos de propriedades se destacaram no levantamento: a de cria e a de recria e engorda. Na produção de bezerros, o levantamento deste ano mostrou queda no número de produtores na atividade em relação ao último painel.

 “Nos 300 hectares de área, 25% é inutilizada, seja por baixa produtividade dos campos ou por áreas rochosas. Nos 75% remanescentes, esse produtor manteve baixas lotações para conseguir  manter os animais desempenhando, mesmo em um ambiente de baixo investimento,” avaliou o analista de Custos de Produção do Cepea, Giovanni Penazzi. 

 Segundo ele, o sistema de cria acaba não sendo capaz de pagar suas depreciações e, como consequência, o produtor não é capaz de se manter na atividade no médio prazo mantendo o mesmo nível de tecnificação.

 O sistema de recria e engorda analisado mostrou uma produção extensiva, onde não existe muita aplicação de insumos dentro da área produtiva.

 “O produtor conta com uma vantagem que é a parceria com sojicultores da região, que por um lado impossibilita a permanência desses animais na metade do ano devido à safra. Já no inverno, esses animais têm acesso a uma área reformada de alto valor nutricional”, ressaltou Penazzi.

 No entanto, o técnico afirma que devido ao baixo nível de exploração da taxa de lotação, o produtor desse sistema não consegue remunerar o seu capital suficientemente bem para que ele seja competitivo em longo prazo.

 “Ele consegue se manter no médio prazo, conseguindo pagar seu custo operacional total. No entanto, no longo prazo, esse sistema de produção não é competitivo.”

Ricardo Nissen, assessor técnico da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA, destacou que o principal problema da região é o baixo uso de tecnologias para promover a produtividade, seja na utilização de suplementação adequada ou reposição de nutrientes do solo.

"O produtor gaúcho está acostumado com uma atividade realizada com base na pastagem natural da região, que apesar de ser uma excelente fonte de nutrientes precisa ser manejada de forma adequada para manter altos índices produtivos".

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