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Milho Segunda Safra – Condições

Andamento da segunda safra está evoluindo em condições severas de clima no Paraná

O andamento da segunda safra está evoluindo em condições severas de clima no Paraná. No estado que mais sofre com a seca e onde o plantio concentrou-se na primeira quinzena de março, há regiões com mais de 40 dias sem chuvas (até 15/05), como as de Maringá, Londrina e Campo Mourão. Nesses locais, há áreas com perdas entre 30 e 40%. Essa condição climática fez com que 16% dos 2,15 milhões de hectares plantados no Paraná estejam em condições ruins e apenas 40% em boas condições, que são as lavouras ao Oeste do estado. Se as chuvas dos próximos dias não forem suficientes, essas regiões podem consolidar perdas acima de 20%, ou seja, serão mais de 1,2 milhões a menos nas 12,2 milhões de toneladas previstas pelo DERAL.

Imagem 01: Dias de estiagem no Paraná até 15/05. Fonte: IAPAR.

 

O Gráfico 01 abaixo, mostra que os meses de abril e maio foram muito secos em Londrina-PR, atingindo as lavouras em um estádio de grande demanda hídrica. De modo simplificado, a região necessita de uma chuva de pelo menos 70 mm para restabelecer a umidade no solo. Nesse cenário, a cotação do milho no município chegou a R$40/saca nessa semana e os contratos para set/18 estão cotados acima de R$33/saca.

Gráfico 01: Água disponível / Déficit milho 2ª safra em Londrina - PR até o dia 15/05/2018.

No MT, maior produtor de milho segunda safra e que espera colher mais de 26 milhões de toneladas, 20% dos 4,6 milhões de hectares foram plantados fora da janela ideal. O bom volume de chuvas acumulado no primeiro trimestre do ano, não foi suficiente para suportar o mês de abril e a primeira quinzena de maio secos. Com regiões há mais de 30 dias sem chuvas, há relatos de perdas acima de 30% nas regiões de Primavera do Leste e Querência.

A tabela 01 abaixo traz um resumo da situação iminente no estado:

Tabela01: Estimativa de perdas no MT

Fonte: IMEA, elaborado por Agrosecurity.

De acordo com a tabela 01, o estado do Mato Grosso pode consolidar uma perda de 5% sobre os 26 milhões de toneladas estimados, em decorrência das condições climáticas. Isso se reflete em 1,3 milhão a menos, sendo que a região Sudeste pode perder quase 480 mil toneladas. A situação no estado é menos crítica devido aos volumes excepcionais de chuva em fevereiro e março, mas, ainda assim, a região sudeste do estado está mais vulnerável à falta de chuva devido ao plantio tardio, com 35% das áreas semeadas fora da janela. Em Primavera do Leste,  um município afetado pela falta de chuva, a saca de milho está cotada a R$28/saca e os contratos para set/18 são negociados a R$26,50/saca.

O Mato Grosso do Sul tem situação semelhante ao Paraná. Especificamente, na região sul do estado, já são mais de 40 dias sem chuvas que estão causando perdas de até 50%, segundo a Aprosoja-MS. Na região de Dourados, os meses de abril e maio praticamente sem chuvas deixaram o solo com umidade extremamente baixa. Conforme o gráfico 02 abaixo, seria necessário pelo menos 170 mm de chuva para recuperar o déficit. Segundo a CONAB, o estado pode colher 8,9 milhões de toneladas, mas está plenamente dependente das chuvas previstas para os próximos dias para paralisar as perdas e recuperar algumas áreas. No município de Dourados, a saca de milho disponível está cotada a R$36,00, já os contratos para set/18 estão em R$30,50. 

Gráfico 02: Água disponível / Déficit milho 2ª safra em Dourados - MS até o dia 15/05/2018.

Em GO a situação não é diferente. Com regiões há mais de 30 dias sem chuvas, como a Sudoeste, o potencial produtivo vem sendo prejudicado. A Aprosoja-GO chegou a solicitar a prorrogação da janela de plantio no estado, a fim de não prejudicar os produtores quanto à eventual solicitação de seguro. Apesar do plantio tardio, o retorno das chuvas nesse momento pode recuperar parte das perdas ocorridas. Conforme o gráfico 01 abaixo, a falta de chuvas em abril e maio deixou a região de Rio Verde – GO em déficit hídrico de quase 40 mm. A CONAB estima que o estado poderá colher quase 7,4 milhões de toneladas de milho. Em Rio Verde, o preço médio nos últimos 15 dias tem sido de R$32,50. Já os contratos para set/18 estão em torno de R$27,00.

Gráfico 03: Água disponível / Déficit milho 2ª safra em Rio Verde - GO até o dia 15/05/2018.

Com o fim do bloqueio atmosférico estabelecido na região Centro-Sul do país, a formação de um ciclone extratropical começou a trazer grandes volumes de chuvas para essa região a partir de ontem (16/05) e atingindo o seu pico no fim de semana. Essas chuvas acumuladas de mais de 100 mm devem ser suficientes para repor parte da água no solo. As primeiras chuvas ocorridas no sul do país já trouxeram mais prejuízos aos produtores. Na região oeste do Paraná nos munícipios de Santa Helena, Vera Cruz do Oeste, Realeza, São Pedro do Iguaçu e Capanema, cidades próximas a Cascavel, houve chuva forte com granizo e muita ventania, que danificaram lavouras por acamamento das plantas. Em seguida, uma frente fria deve derrubar as temperaturas e trazer geadas para a região Sul do país e também no sul do MS

Nesses cenários, as chuvas previstas para essa semana tornam-se fundamentais para  paralisar perdas maiores na segunda safra. Até o momento, as perdas potencias chegam a quase 5 milhões de toneladas,  1,3 milhões no MT, 1,2 milhões no PR, 800 mil no MS, 740 mil em GO e mais 500 mil em MG e SP. Isso representa uma quebra de quase 7% frente aos 63 milhões de toneladas previstos pela CONAB que já vem de uma redução de 6,6% em relação à 2016/17. Assim, a pressão por preços firmes no mercado deve continuar até a finalização da safra brasileira e dos primeiros levantamentos da safra norte americana.

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