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Técnicos debatem sobre novo período de plantio da melancia

Pesquisas da Embrapa com parceiros sobre Zoneamento Agrícola de Risco Climático começa em Mato Grosso do Sul


Foto: Marcel Oliveira

Mato Grosso do Sul teve uma área de 1224 hectares cultivada com melancia e produziu 22.359 toneladas em 2019, em 39 municípios, sendo Eldorado, Santa Rita do Pardo e Naviraí os maiores produtores. Esses são dados levantados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

Segundo o secretário da Pasta, Jaime Elias Verruck, a Semagro, juntamente com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Agraer e a Embrapa Agropecuária Oeste, foi demandada por um grupo de produtores de melancia do município de Eldorado, MS, para visitá-los em um ano que houve excesso de chuva, em outubro, mês de colheita. A demanda foi para avaliar uma possível mudança de data recomendada pelo Zoneamento para o plantio da melancia. “Os produtores queriam antecipar o período de plantio para tentar fugir da época de chuva forte no período de colheita”, diz Verruck.

E assim começaram os trabalhos de pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste, que culmina, agora, em reuniões técnicas de validação do novo período de plantio, recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). A primeira reunião é para validar os resultados em Mato Grosso do Sul, no dia 26 de novembro. O trabalho de ZARC também foi realizado para outras regiões do Brasil: Sul, Sudeste, Nordeste, Norte, além de Mato Grosso e Goiás, “a pedido da coordenação nacional do Zoneamento, que solicitou que o trabalho fosse estendido para todo o território nacional, pois havia informações dessa cultura para apenas três estados do País”, informa Auro Akio Otsubo, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste. Além da Embrapa Agropecuária Oeste, organizam o evento para apresentação dos resultados a Embrapa Informática Agropecuária, Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Meio-Norte e Embrapa Pesca e Aquicultura.

“Esse trabalho dá a oportunidade ao produtor de diversificação em sua propriedade, pautada em orientações em relação às melhores épocas de semeadura, com menores riscos de perda. Aliado a isso, os instrumentos de políticas agrícolas, como o crédito rural, quer seja custeio ou investimento e securitização, são norteados com informações do zoneamento”, reforça Harley Nonato de Oliveira, chefe geral do Centro de Pesquisa da Embrapa, em Dourados, MS.

Lucas Galvan, superintendente do Senar AR/MS, informa que de outubro de 2019 a outubro de 2020, a melancia ficou em segundo lugar entre os hortifrútis produzidos pelos produtores sul-mato-grossenses, atendidos pela Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS. “Foram 2,2 mil toneladas produzidos que geraram R$ 1,2 milhões”.

Segundo o pesquisador Carlos Ricardo Fietz, coordenador dos trabalhos do ZARC da melancia, “novos métodos e recursos de modelagem e processamento de dados possibilitaram maior precisão e acurácia nos resultados. Para realizar as revisões necessárias, foi firmado um convênio entre a Embrapa, Ministério da Agricultura e Banco Central do Brasil. Portanto, a Embrapa está realizando a revisão das recomendações, em média, de onze culturas por ano, com o apoio financeiro e logístico do Mapa e Banco Central”, explica.

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