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Salles diz que pecuária pode conter incêndios

Ministro defendeu a teoria do "boi bombeiro" no combate ao fogo


Foto: Marcel Oliveira

Depois de a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que o “boi pode atuar como bombeiro”, em uma referência a que  criação extensiva dos animais poderia diminuir a incidência de focos de incêndio no Pantanal, foi a vez do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defender a teoria do “boi bombeiro”.

Salles afirmou em uma reunião com senadores que trabalham com ações contra as queimadas que, ao se alimentarem, os animais ajudam a reduzir o estoque de matéria orgânica disponível no solo, eliminando parte do material capaz de alimentar eventuais focos de incêndio durante a época da seca.   “Ouvimos de várias fontes diferentes a necessidade de termos um reconhecimento do papel da criação de gado no Pantanal, uma vez que ele também contribui para diminuir o que há de matéria orgânica [combustível]”, disse.

Segundo ele o aumento de focos de incêndio e queimadas no Pantanal em 2020 se deve a uma soma de fatores como a seca, altas temperaturas e falta de umidade no ar. Salles se mostrou contrário a proibição do uso do chamado “fogo frio”, usado para 'limpar' as propriedades agrícolas e, assim, tentar evitar que os incêndios se propaguem. Ele também defendeu o uso retardantes de chamas, no combate ao fogo.

“Foram criadas áreas onde não há pecuária, nem o manejo do fogo frio. Com isso, o volume de massa [orgânica] aumenta inexoravelmente. E quando ela queima, o volume de fogo é de grandes proporções, conforme estamos vendo este ano”, disse o ministro, enfatizando que produtores rurais sempre se valeram da presença do gado e do uso controlado do fogo para limpar suas terras e, assim, minimizar os riscos de incêndios.

O presidente Jair Bolsonaro também havia se mostrado a favor da teoria e qualificado que a "perseguição" à criação de gado solto na região seria uma das razões para a piora das queimadas na região, além das restrições ao manejo do fogo em pastagens e em reservas ambientais.
Os incêndios destruíram quase 4 milhões de hectares de vegetação pantaneira em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo de futebol oficial.
 

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