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Produtores decidem reduzir área de milho em MT

29,5% da safra 2018/2019 foram comercializadas até o mês de outubro


São as sementes de soja que vão para o campo nesta época do ano em Mato Grosso. Mas, enquanto as plantadeiras caminham para a reta final da semeadura, os agricultores definem o futuro do cultivo do milho, que normalmente ocupa a maior parte do lugar destinado às lavouras de soja após a colheita da safra. E esta decisão tem levado muita gente a fazer e a refazer as contas.

O agricultor Jadson Dors, por exemplo, vai diminuir em 20% a área do milho na segunda safra. A lavoura, que ocupou 2.700 hectares no último ciclo, terá ao todo 2.160 hectares na safra 2018/2019. A decisão foi baseada em cálculos: se a conta não fecha, não vale o risco!

Acostumado a cultivar milharais de “alta tecnologia” – com investimento elevado em sementes, adubação e nos tratos culturais – o agricultor viu a alta do dólar entre meados de agosto e início de outubro (quando a moeda norte-americana ultrapassou a casa de R$ 4) ampliar as despesas com os insumos. O custo na fazenda dele saltou de R$ 1.872 por hectare para algo em torno de R$ 2.700.

Com o retorno do câmbio para os patamares “normais” deste ano (em torno de R$ 3,70), somada à desvalorização do milho na Bolsa de Chicago, o cenário ficou complicado. Segundo o agricultor, os preços do cereal futuro não “batem’’ com o valor gasto para o plantio. A estratégia neste momento é segurar as vendas e aguardar uma reação do mercado.

Nossa ideia é não comercializar e torcer para que esses produtos subam em dólar, só assim será possível baixar os custos”, analisa. À espera de preços melhores, Dors ainda não vendeu nenhum grão de milho da safra futura.

O futuro do mercado do milho também preocupa outros agricultores em Mato Grosso. A comercialização antecipada da safra, que no início deste semestre começou de forma intensa, perdeu força diante de uma série de fatores como tabelamento do frete, oscilação cambial e eleições, que acabaram interferindo direta ou indiretamente nos preços do grão.

De acordo com o Imea, 29,5% da safra 2018/2019 foram comercializadas até o mês de outubro.

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