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MT: safra de café cai e instrutor aponta potencial do Nortão para ampliar plantio

O café não está entre as maiores cadeias produtivas de Mato Grosso


Foto: Pixabay

O engenheiro florestal e instrutor do SENAR, Gustavo Martins avaliou que boa parte da região Norte “tem uma tendência forte de crescimento” na cultura do café “mas é carente de assistência técnica. Além disso, há o problema de padronização. Mesmo em regiões consolidadas, cada cafeicultor faz de um jeito, não tem um padrão a seguir”. Ele tem coordenado ações de qualificação para produtores na região de Nova Monte Verde (560 km de Sinop), um dos maiores municípios com plantio. As condições climáticas favorecem a plantação no Norte do Estado e atrai interessados. “A umidade da região amazônica é mais favorável ao cultivo do que o cerrado, e mesmo assim todas as terras devem ser irrigadas”, ensina.

O café não está entre as maiores cadeias produtivas de Mato Grosso. Na safra deste ano, foram colhidas 8,2 toneladas do produto no Estado, 14% a menos do que em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Nova Monte Verde, Robson Marques, produtores tem procurado pela diversidade de produção no município, o que tem melhorado as expectativas para o café. “Hoje temos dois mil hectares plantados, mas prevemos que nos próximos anos sejam de oito a dez mil graças a busca pela rentabilidade da produção”.

Produtores locais têm investido em qualificação para melhorar a produção da próxima safra. A falta de assistência é o maior desafio para Mateus Ferreira Campanucci, 31 anos, que largou o emprego em um mercado para investir na produção de Café Conilon há três anos. Com a ajuda do irmão, para cuidar dos quatro hectares de plantação, o produtor tem investido. “Estamos começando agora, criamos um viveiro de mudas para ter mais variedade e acreditamos que vai melhorar ainda mais”.

Foi neste município que aconteceu o treinamento de manejo integrado de pragas e doenças do cafeeiro, ofertado gratuitamente pelo Sindicato Rural em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT). Os maiores beneficiados foram os pequenos produtores, o perfil da maioria dos cafeicultores do Estado.

Sozinho, José Geraldo, 46 anos, cuida da plantação de três mil pés de café e o seu maior problema são as pragas. “Fiz o curso e descobri uma praga nova e já sei como acabar com ela”.  “Lá por 1998, o café caiu muito de preço e quase todo mundo parou. Daí em 2016, fui passear em Rondônia, vi uma lavoura bonita e resolvi plantar de novo”.

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