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Livro reúne resultados de pesquisas sobre recuperação de pastagens na Amazônia

O lançamento da publicação acontece na manhã de sexta-feira, 28 de junho


Gerar conhecimentos para manter as pastagens produtivas e garantir o desenvolvimento sustentável da atividade pecuária tem sido um dos principais desafios da pesquisa científica na região amazônica, nos últimos 40 anos. Os resultados desse trabalho estão reunidos no livro “Recuperação de pastagens degradadas na Amazônia”, editado pela Embrapa. O lançamento da publicação acontece na manhã de sexta-feira, 28 de junho, como parte da programação do Segundo Simpósio Acreano de Pecuária de Corte, evento realizado no Teatro Universitário da Universidade Federal do Acre (Ufac), com o apoio da Embrapa Acre.

Fruto de esforços conjuntos de profissionais da Embrapa e outras instituições de pesquisa, ensino e fomento à produção pecuária de diferentes estados, o livro tem como objetivo divulgar informações científicas estratégicas para o desenvolvimento dessa atividade produtiva. Composta por 10 capítulos, a obra faz um breve histórico da pecuária e contextualiza as pesquisas em recuperação de pastagens na região, destacando, entre outros aspectos relacionados à degradação, as características e causas do problema, técnicas de manejo, estratégias de recuperação e renovação de pastagens, opções de forrageiras para a Amazônia, alternativas de controle de ervas daninhas e de insetos pragas e estratégias para convivência com a síndrome da morte do braquiarão –  doença considerada um dos principais fatores de perda da capacidade produtiva de pastagens na região.

Segundo o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), Moacyr Bernardino Dias-Filho, que participa da editoria técnica e de quatro capítulos da publicação, recuperar, reformar e manejar adequadamente as pastagens é condição essencial para o incremento da atividade pecuária, segurança alimentar e redução do desmatamento na Amazônia. “Esse trabalho exige dedicação, experiência e, principalmente, conhecimento técnico atualizado. Por concentrar um grande acervo de práticas e técnicas, a obra representa uma importante fonte de consulta para produtores rurais, pesquisadores, técnicos, acadêmicos e outros públicos que tenham interesse pela atividade pecuária”, diz.

O livro será comercializado a partir de julho, em livrarias virtuais, para todo o País. Os participantes do Simpósio poderão adquirir a publicação no local do evento, ao preço de 45 reais o exemplar, durante sessão de autógrafos programada para as 18h30.

Degradação e prevenção

Pesquisas indicam que na Amazônia existem 61 milhões de hectares de pastagens naturais e cultivadas e cerca de 50% deste total estão degradadas ou em processo de degradação. Uma das principais causas desse problema é a ocorrência de plantas daninhas, também chamadas invasoras, que infestam as áreas de produção e dificultam o manejo das gramíneas forrageiras, reduzindo a sua capacidade produtiva e de suporte do rebanho. São mais de 500 espécies de plantas daninhas na região, algumas de difícil controle devido à semelhança com as forrageiras.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Carlos Maurício de Andrade, que participa como editor técnico da publicação e divide a autoria do capítulo “Manejo de plantas daninhas em pastagens na Amazônia” e de outros três capítulos que compõem o livro, a prevenção é princípio básico para controle do problema. “Em geral, medidas preventivas são mais econômicas para o produtor rural do que a adoção de práticas de controle. A eficiência da prevenção aumenta sensivelmente quando adotada em grandes áreas, em cooperação simultânea com vários produtores. Além disso, conhecer as características de propagação, dispersão e desenvolvimento das plantas daninhas nas pastagens ajuda a tornar o manejo preventivo mais eficaz”, explica.

As principais práticas de manejo para prevenir o surgimento de plantas daninhas, destacados no livro, incluem cuidados como utilizar sementes com alto grau de pureza na formação de pastagens; deixar o o gado oriundo de pastagens infestadas em pastagem de quarentena, por pelo menos três dias, antes do pastejo em áreas livres de infestação; e adotar alternativas para impedir a frutificação das plantas daninhas que produzem frutos comestíveis pelos animais, para evitar a sua proliferação por meio das fezes.

Andrade destaca que a proliferação de plantas daninhas nas pastagens pode ser uma consequência e não a causa da degradação. “As estratégias de controle das plantas devem ser acompanhadas de medidas que incentivem a recuperação ou manutenção do vigor do pasto. Uma pastagem produtiva apresenta menos áreas propícias para a germinação ou proliferação do problema”, diz.
 

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