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PR: programa incentiva a produção de pinhão precoce em município paranaense

O case de produção de pinhão precoce em Bituruna/PR foi apresentado durante painel de série de eventos on-line


Foto: Marcel Oliveira

O case de produção de pinhão precoce em Bituruna/PR, foi apresentado por Mario Zampieron, durante o 5º painel da Série de eventos on-line “Araucária: Pesquisa, Inovação e Tecnologias para Sistemas de Produção, realizado em 10/12, abordando a temática legislação e políticas públicas para a araucária.

A iniciativa começou em 2015, quando Zampieron, secretário de agricultura no município, na época, juntou-se a algumas pessoas e entidades, “buscando um olhar diferente para a questão da araucária”.  O fomento se deu após assistirem a uma reportagem abordando o processo de clonagem da araucária e que mostrava a produção precoce de pinhões. Criaram, então, o programa Mais Pinhão, tendo como parceiros Embrapa Florestas, Prefeitura Municipal, Casa Familiar Rural de Bituruna e Escola Estadual Rural Santa Izabel, localizada no assentamento agrícola Santa Bárbara, um dos sete existentes no município e estabeleceram um convênio entre as instituições.

“Começou aí. Essa escola faz diversas atividades para os assentados e os nossos principais parceiros, que são os agricultores. A preocupação inicial dos técnicos era em como convencer os agricultores a trabalhar com o pinhão, diante da resistência em cultivar o pinheiro, por causa da legislação. O Ivar (Ivar Wending, pesquisador da Embrapa Florestas) foi para lá e mostrou aos agricultores que seria um projeto de futuro, trazendo renda, sustentabilidade para as famílias, principalmente às do assentamento”, conta.

Segundo Zampieron, em seguida, um grupo de 25 agricultores visitou a Embrapa Florestas, em abril de 2016, para ver o pomar de araucárias precoce. Voltando para Bituruna, tomaram a decisão de já produzirem as mudas de araucária e começaram o trabalho para 28 famílias nos assentamentos Santa Bárbara e 27 de Outubro, em 35 hectares de terra, com 3.500 mudas de pinheiro do Paraná. Os assentamentos se localizam em uma região próxima ao município Coronel Domingos Soares, em uma área isolada (30 km distante da cidade) e com acesso apenas por uma estrada de chão. A topografia desta região é, segundo Zampieron, bem declivosa e de difícil implementação de atividades produtivas.

“Fizeram um trabalho bem grande na seleção de matrizes, sendo 18 selecionadas, com características de produtividade alta, com colheita variando desde março até agosto, conseguiram escalonar os clones e as colheitas e fizeram a catalogação. Já em 2016, plantaram a primeira araucária clonada, e que em maio de 2020 já produziu a primeira safra de pinhões. Essa primeira planta, da família do Seu Ernesto, gerou as primeiras pinhas. Teve algumas falhas, mas ficamos muito entusiasmados, pois vimos que realmente dá certo e isso trouxe empolgação para todos que estão no programa. Hoje seu Ernesto tem 250 plantas clonadas na propriedade dele, com quatro plantas já produzindo”, conta.

Além de implantar pomares de araucária para produção de pinhão em propriedades rurais, um dos objetivos do Programa Mais Pinhão é reverter a imagem negativa que o município traz com o desmatamento. Isso porque a região, no passado, era uma das que mais tinha araucária no município, sendo totalmente coberta pela mata nativa. “As empresas proprietárias extraíram a grande maioria das araucárias e hoje, com o assentamento, tem bem pouco pinheiro com araucária nativa. A floresta não pode ser considerada um peso para o nosso município, ela tem que trazer melhorias, geração de renda, qualidade de vida para as pessoas”, afirma.

Como projeto de futuro, o grupo anseia por uma cooperação entre o IDR-Paraná e o Invest Paraná-Sedest para construir a primeira agroindústria de beneficiamento do pinhão, com foco na produção de farinha de pinhão. “Temos um aceno de R$ 900 mil para construir essa agroindústria com a associação dos produtores do Assentamento 27 de outubro e Assentamento Santa Bárbara. E pretendemos montar um viveiro para ter as mudas clonadas à disposição do mercado, além de ampliar o programa para outras regiões do município, para outros agricultores plantarem no mesmo molde”, conta.

Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas e moderador dos painéis, exaltou a experiência de Bituruna. “O fato de vocês conseguirem colher pinhão quatro anos depois extrapola os resultados de pesquisa e mostra que há um potencial muito grande. Queremos dar os parabéns pelo trabalho de formação de uma cadeia de valor: gente plantando, gente colhendo e indústria para beneficiar. Sabemos que o negócio evolui quando se tem investimento em indústria também, gerando emprego e renda para todos”, enfatiza.

O Painel completo por ser acesso no Canal da Embrapa no Youtube.

A série de eventos on-line foi organizada pela Embrapa Florestas e contou com a parceria do IDR-Paraná, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 

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