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Embrapa e parceiros fortalecem a agricultura familiar do Sudeste Paraense

Foi assim que Cledeniuza Oliveira, quebradeira de coco babaçu, encerrou seu depoimento na oficina que reuniu, nos dias 12 e 13/09, em Marabá (PA)


“A conscientização de quem vive nessa região sobre o valor das coisas da natureza e a importância que ela tem nas nossas vidas é um benefício para todos da floresta e da cidade”. Foi assim que Cledeniuza Oliveira, quebradeira de coco babaçu, encerrou seu depoimento na oficina que reuniu, nos dias 12 e 13/09, em Marabá (PA), lideranças de agricultores, poder público, movimentos sociais e instituições de ensino, pesquisa e extensão do Sudeste Paraense.

A construção coletiva de uma agenda de ações da Embrapa e parceiros no território foi o principal resultado da oficina, que marcou o início das ações do Fundo Amazônia (FA) na região. Com 19 projetos em fase inicial de execução, a Embrapa e parceiros atuam em todos os estados da Amazônia Legal com o objetivo de reduzir o desmatamento e promover a preservação e o uso sustentável dos recursos naturais, a partir do fortalecimento da agricultura familiar da região.

Para o chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Adriano Venturieri, a união de esforços entre instituições, grupos comunitários e movimentos sociais da região é fundamental para o sucesso desse programa. “Estamos aqui para iniciar uma nova fase de trabalho confirmando o nosso compromisso com a região e o fortalecimento das parcerias”, afirmou.

Parceria e participação

O grupo discutiu e planejou cerca de 25 ações de transferência de tecnologia de sete projetos, que envolvem a criação de abelhas para produção de mel e outros produtos, piscicultura, fruticultura, sistemas agroflorestais, cultivo da mandioca e de hortaliças, integração lavoura-pecuária-floresta, valorização de produtos da biodiversidade, recuperação de áreas degradadas e adequação ambiental de produtores. Os temas foram definidos pelos representantes das comunidades e instituições locais em consultas realizadas pelas instituições em anos anteriores.

“Conseguimos fazer a retomada das ações no território, contando com parceiros que já haviam demonstrado interesse. Por outro lado, novas parcerias foram apontadas na oficina. Todos estão comprometidos e engajados no processo, o que é fundamental o fortalecimento da agricultura familiar da região”, destaca Michelliny Bentes, pesquisadora da Embrapa e líder do Portfolio do Fundo Amazônia na instituição.

Para Everaldo Almeida, pesquisador da Embrapa, a oficina foi mais um passo de aproximação dos parceiros. “Cada vez mais vamos deixando de trabalhar de forma fragmentada. A participação é um processo contínuo e esses momentos de diálogo, encontro serão constantes”, ressalta.

A comunidade de Vila Sarandi, projeto de assentamento localizado na zona rural do município de Marabá (PA), foi uma nova parceria firmada na oficina. Ivonete Nogueira da Silva, que é presidente da associação de produtores da comunidade, diz que as 2 mil famílias atualmente residentes no local produzem banana, açaí, cupuaçu, batata, feijão, abóbora e outras hortaliças. “Nosso interesse é que os técnicos conheçam como estamos produzindo e nos indiquem como melhorar nossas lavouras. Um exemplo é como podar o cupuaçu, como manejar o açaí e como trabalhar com irrigação na banana”, relata a agricultora.

As ações vão acontecer em seis municípios do território Sudeste Paraense, envolvendo uma rede de aproximadamente 15 parceiros, entre instituições e grupos comunitários. A região escolhida apresenta processos de ocupação relativamente recentes, dinamizados há menos de 50 anos, mas com grandes problemas socioambientais, comuns nas antigas fronteiras de colonização do estado.
 

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