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Farinha de mandioca paraense ganha Indicação Geográfica

Tipicamente brasileira, a farinha de mandioca de Bragança é a 80ª IG do Brasil


Foto: Natascha Penna/Arquivo Pessoal

O Brasil ganhou a sua 80ª Indicação de Procedência. O selo assegura que determinado produto reúne características únicas de uma região. O mais novo registro é da farinha de mandioca de Bragança, no Pará, que conquistou a IG na modalidade Indicação de Procedência.

A história da farinha se mistura com a história paraense. Já fazia parte do cotidiano dos índios que viviam na região antes do século XIX e, até hoje, sua produção segue um método específico, que envolve um período de fermentação de quatro a cinco dias de molho em reservatórios com água. Após ser descascada, a mandioca é colocada novamente de molho por mais 24h em água limpa e, em seguida, é triturada e colocada no tipiti (utensílio indígena que funciona como uma prensa) ou em prensa comum, para a separação do líquido (tucupi). A massa da mandioca, então, é escaldada e torrada.

Bem granulada, possui um sabor específico e inconfundível devido à ação da fermentação e ao uso recorrente da mandioca brava, que contém maior concentração de ácido cianídrico em sua composição e passa por um processo de redução desse teor para se tornar apta ao consumo humano.

“A manutenção da produção por mestres farinheiros nativos da região fez com que o produto alcançasse reconhecimento nacional e internacional. Assim, a farinha de mandioca é patrimônio imaterial, símbolo da história e da cultura popular de Bragança e, a partir de hoje, uma Indicação Geográfica protegida”, destaca a coordenadora de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Débora Santiago.

Bragança produz entre 800 a 850 toneladas de farinha de mandioca por mês e possui cerca de nove mil produtores locais. Com o passar dos anos, a produção foi ampliada para municípios vizinhos, que também compõem a área delimitada pela Indicação Geográfica: Augusto Corrêa, Santa Luzia do Pará, Tracuateua e Viseu.

Além da farinha de Bragança, outros produtos tradicionais do Pará já receberam o reconhecimento oficial de Indicação Geográfica. É o caso do waraná (guaraná nativo) e o pão de waraná (bastão de guaraná), originários da Terra Indígena Andirá-Marau, primeira denominação de origem registrada na região Norte. O cacau de Tomé-Açu e queijo de búfala do Marajó completam a lista.
 

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