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Incentivado pela indústria da cana, Pernambuco tem saldo positivo no Caged

Tendência é que Pernambuco permaneça entre os três estados que mais devem abrir postos de trabalho formais no País.


A criação de vagas com carteira assinada segue um histórico positivo de cinco meses no Brasil. No mês passado, o País conseguiu criar 121,4 mil vagas formais de emprego. Em Pernambuco, após de sete meses oscilando entre saldos negativos e positivos sem expressividade para reduzir o número do desemprego que atinge 671 mil pernambucanos, o Estado conseguiu se destacar na criação de postos formais em agosto.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério da Economia, no mês passado, o saldo entre admissões e demissões em Pernambuco foi positivo em 10.431 mil postos formais.

De acordo com os números do Caged, grande parte do saldo positivo foi reflexo das contratações da indústria da cana-de-açúcar, que iniciaram, mês passado, o período anual da safra 2019/2020. "Historicamente nós temos no segundo semestre do ano os melhores resultados na geração de emprego influenciados pelo setor. Na indústria da transformação, onde se encontra a indústria da cana, por exemplo, do saldo total de 4.472 empregos, 4.485 foi da indústria da cana", explica o coordenador do núcleo de economia da Fiepe, Cezar Andrade.

Confirmando a tendência de criação de postos, o presidente da Usina Coaf, Alexandre Andrade Lima, que já iniciou no fim de agosto o período de moagem, revela que mais de três mil e quinhentas pessoas foram contratadas. "Como a expectativa dessa safra é maior que a do ano passado, além de ter uma contratação maior, terá um prolongamento do período contratado por mais um mês do que o normal", comenta.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar de do Álcool no Estado (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, a indústria da cana no Nordeste tem um modelo socioeconômico que dialoga bastante com a empregabilidade. "Sempre no período de safra e durante todo ano a indústria é geradora de empregos. Para essa safra deveremos gerar cerca de 70 mil empregos diretos e formais. O que é um número muito consistente para a empregabilidade fazendo com que a cana proporcione um meio de vida eficiente e produtivo para o trabalhador de Pernambuco", destaca Cunha.

Com exceção dos setores da administração pública e do serviço industrial de utilidade pública, que fecharam com saldo negativo de 403 e 19, respectivamente, os resultados desta edição foram positivos em todos os outros cinco setores. Para os demais, os destaques ficam para os setores do da construção civil (430), comércio (401) e o de serviços (1.805). Esses dois últimos, começam a retomar um ritmo gradual de crescimento nas contratações. "Visualizo como o principal incentivador das contratações mais cedo e em maior proporção em 2019 a liberação do FGTS já em setembro", analisa o economista da Fecomércio em Pernambuco, Rafael Ramos.

No que tange ao setor de serviços, Ramos acredita que como o maior gerador tenha sido o subsetor de ensino. É que só ele, respondeu por um saldo positivo de 659 dos 1.805 postos criados no período. "O que pode ser explicado por contratação para o segundo semestre em faculdades e universidades, visto que é o resultado de agosto", pondera o economista.

Segundo os especialistas consultados pela reportagem, até o fim deste ano, pelo cenário geral, a tendência é que Pernambuco permaneça entre os três estados que mais devem abrir postos de trabalho formais no País.

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