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PR: experiência para contribuir com o Porto de Paranaguá

O setor portuário brasileiro é extremamente dinâmico e moderno, mas ainda há muito espaço para desenvolvimento


Foto: Divulgação

Desde 27 de agosto, Diogo Piloni é o novo presidente do Conselho de Administração da Autoridade Portuária de Paranaguá – colegiado responsável pela orientação geral dos negócios da empresa pública que administra o Porto de Paranaguá. Apesar de jovem – ele completa 38 anos no fim de outubro –, Piloni tem um currículo robusto, que o credencia ao novo desafio. E ele espera que essa experiência seja decisiva para ajudar no desenvolvimento do principal terminal portuário paranaense.

Além de estar na presidência do Conselho de Administração de Paranaguá, Piloni também é, hoje, secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, vinculado ao Ministério de Infraestrutura. Formado em engenharia civil na Universidade de Brasília (UnB) e com MBA em Gestão e Engenharia Portuária na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o especialista também presidiu o Conselho de Administração do Porto de Santos e frequentou cursos em alguns dos portos mais importantes do mundo, como o de Macau, Roterdã (Holanda) e Antuérpia (Bélgica). Em entrevista ao Boletim Informativo, ele falou dos novos desafios.

BI – Já deu tempo de traçar um diagnóstico do Porto de Paranaguá?

Diogo Piloni – Já venho atuando há mais de 10 anos no setor portuário. Dada a relevância do Porto de Paranaguá, obviamente já o conhecia com profundidade. Entretanto, essa experiência como conselheiro de administração vem me proporcionando condições de ver melhor a empresa por dentro, abrindo novas perspectivas e criando espaço para uma atuação mais direta.

Na sua avaliação, quais devem ser as prioridades e os principais desafios do Porto ao longo dos próximos dois anos?

Os desafios são muitos, como a licitação de áreas com contratos de operação portuária precários, formação de mão de obra compatível com o conceito do Porto 4.0, ganhos de produtividade e melhoria do ambiente de negócios, se tornando ainda mais atrativo para investimentos. Ainda, o convênio de delegação de competências, assinado em agosto de 2019, o primeiro do Brasil, que conferiu à Autoridade Portuária a possibilidade para licitar arrendamentos, celebrar, gerir e fiscalizar contratos. Ou seja, os principais desafios do Porto de Paranaguá nos próximos anos serão no sentido de enfrentar e aproveitar essa nova oportunidade.

Na comparação com a presidência do Conselho do Porto de Santos, o que muda na atuação, agora à frente do Conselho do terminal de Paranaguá?

Ambos são portos de relevância nacional, com características de serem multipropósito, atendendo a uma diversidade de cadeias logísticas e com relevância especial para o agronegócio. Aliás, são os dois portos mais importantes para o agro no Brasil. No ano de 2019, Paranaguá movimentou 24,78 milhões de toneladas de graneis sólidos vegetais, enquanto Santos, no mesmo período, movimentou 55 milhões de toneladas.

A liderança nacional também ocorre na movimentação de contêineres. No primeiro semestre de 2020, ambos movimentaram, juntos, 32,7 milhões de toneladas em contêineres, sendo 25,8 milhões de toneladas em Santos e 6,9 milhões de toneladas, em Paranaguá.

Por outro lado, há sempre peculiaridades de cada uma das empresas portuárias. Culturas de gestão diferentes, stakeholders específicos, que precisam ser ouvidos e compreendidos para melhor atendimento das demandas. Portanto, há sempre um grande desafio em assumir a responsabilidade de conduzir um conselho de administração de uma empresa portuária, especialmente do porte e importância da Portos do Paraná.

O fato de o senhor ser secretário nacional de portos pode trazer algum benefício a Paranaguá, no sentido de estar mais próximo do cotidiano deste terminal?

Conforme definido na Lei das Estatais Lei 13303/2013, todos os conselheiros devem comprovar experiência e formação compatíveis com a área de atuação da empresa. Portanto, com 10 anos de atuação no setor, do quais quase dois deles à frente da Secretaria, espero contribuir para o crescimento do porto, buscando trazer as melhores práticas dos setores portuários brasileiro e mundial para Paranaguá.

O senhor frequentou cursos em alguns dos portos mais importantes do mundo. Que experiência acumulou que pode ajudar no Paraná?

Conhecer outros portos é uma forma muito interessante de aprender. A experiência de visitar outras realidades abre nosso horizonte e nos enriquece profundamente. Avaliar o que temos de bom e onde podemos melhorar, conhecer novas tecnologias e mecanismos de gestão, discutir desafios e realidades diferentes, tudo isso nos qualifica para enfrentar melhor nossos próprios desafios. O setor portuário brasileiro é extremamente dinâmico e moderno, mas ainda há muito espaço para desenvolvimento.

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