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Investimentos no setor florestal garantem produtividade e qualidade aos produtos

País lidera o ranking mundial, principalmente pelas condições de clima e solo favoráveis à silvicultura


A indústria de árvores plantadas é um vetor de produção e desenvolvimento econômico, social e ambiental, o que eleva o Brasil ao patamar de modelo de gestão nesse segmento. Quando se olha a produtividade das florestas plantadas brasileiras, o país lidera o ranking mundial, principalmente pelas condições de clima e solo favoráveis à silvicultura. No Paraná, por exemplo, Estado que detém uma das cadeias de silvicultura mais completas do país e um dos parques industriais mais diversificados e modernos, dados do Estudo Setorial da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) revelam que os plantios com pinus e eucalipto apresentam valores médios de produtividade de até 10% acima da média brasileira. Tudo isso só foi possível graças aos contínuos investimentos das empresas do setor em tecnologia e aprimoramento de práticas de manejo florestal, que garantem a alta produtividade e mais qualidade aos produtos.

Em nível nacional, o Brasil é referência mundial em produtividade florestal de espécies de rápido crescimento, como o pinus e o eucalipto, e apresenta, de modo geral, a maior produtividade, levando em conta o volume de madeira por unidade de área, e a menor rotação. Em 2016, os valores médios de produtividade informados pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) foram de 35,7 m³.hectares por ano e 30,5 m³.hectares por ano para eucalipto e pinus, respectivamente.

Quanto aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento florestal, foi aplicado um montante estimado de R$ 135 milhões, segundo dados apresentados no documento da Apre. Empresas com plantios florestais vêm utilizando novas tecnologias reconhecidas mundialmente, visando o aumento da produtividade florestal e o melhoramento genético. Como resultado, grande parte das florestas plantadas é originária de semente melhorada (pinus) e de plantios clonais de alta produtividade (eucalipto e pinus), com adaptação e tolerância a fatores adversos de clima, solo, água, entre outros. Também são observados investimentos no desenvolvimento de pesquisas voltadas para a silvicultura, principalmente para o desenvolvimento da mecanização das operações, plantios clonais de alta produtividade, melhoramento genético tradicional e com marcadores moleculares e o uso intenso de alta tecnologia para a mensuração das operações.

No Paraná, Estado que possui a maior área plantada com pinus do país, os avanços tecnológicos no manejo e no melhoramento genético para esse grupo de espécies se desenvolveram ao longo das últimas décadas, contribuindo para ganhos expressivos de produtividade, apesar da estagnação na expansão de novas áreas e da conversão para plantios com eucalipto. Mesmo com a retração dos últimos anos, investimentos recentes e outros em andamento no setor de base florestal plantada do Paraná totalizaram R$ 8,87 bilhões. Esses investimentos concentram-se principalmente nas florestas (70%), sendo em plantios florestais (52%) e colheita florestal (18%), seguidos pela indústria (21%) e outros (9%).

Na avaliação do presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior, esse valor significativo destaca o setor florestal do Estado no contexto nacional. Ele lembra, ainda, que somente as associadas à Apre investiram em conjunto em 2016 o montante de R$ 12 milhões em pesquisa e inovação florestal, com estimativa de investir mais de R$ 64 milhões nos próximos cinco anos. "A previsão dos próprios associados é de investir pelo menos R$ 2,20 bilhões entre 2017 e 2021. As associadas também aplicaram R$ 2,23 bilhões no setor florestal paranaense, sendo que 84% deste total refere-se a aplicações na indústria", comenta.

Vale ressaltar, ainda, que um dos maiores investimentos recentes do setor florestal nacional ocorreu no Estado, no segmento de celulose e papel, considerado como o maior investimento privado da história do Paraná. A Klabin aplicou R$ 8,5 bilhões na construção de uma nova planta industrial, o equivalente a 96% do total de investimentos identificados no setor paranaense. Com a nova fábrica, o Brasil chegou à vice-liderança no ranking mundial de produção de celulose. Outro segmento que tem apresentado investimentos expressivos é o de madeira para energia, voltado a plantas industriais que consomem biomassa florestal para a geração de energia térmica, como a indústria de ração animal, os frigoríficos e a maltaria. Estima-se que, entre 2016 e 2018, os investimentos industriais para este fim totalizem cerca de R$ 3,7 bilhões, o que representa 29% do total identificado para o setor paranaense no período.

Futuro

Mas mesmo com um cenário positivo, para atender à demanda crescente por madeira em tora de qualidade dos mais diversos segmentos da cadeia produtiva florestal, ainda será necessário obter ganhos em rendimentos florestais e industriais, bem como ampliar as áreas com florestas plantadas. As incertezas dos impactos que o crescimento populacional, e consequente aumento do consumo e escassez de recursos, podem provocar sobre a produção agrícola e florestal trazem desafios que poderão ser respondidos por meio de investimentos em pesquisa e inovação nos próximos anos.

Porém, o presidente da Apre ressalta que o Brasil ainda sente os impactos da retração econômica dos últimos anos e, por isso, o empresário tem agido de forma cautelosa, postergando investimentos. Para mudar essa situação, Scheffer Junior avalia que o governo federal tem buscado estimular o desenvolvimento e a retomada do crescimento nacional, a partir de reformas políticas e econômicas, buscando a reversão do quadro negativo de alguns indicadores, o que poderá servir para impulsionar investimentos no setor no médio prazo, alavancando o seu desenvolvimento. Ele lembra, ainda, que os investimentos no setor industrial são mais complexos, pois dependem de poucos fornecedores de maquinários pesados no Brasil e exigem um nível elevado de investimento. Sendo assim, a promessa para o futuro está na transformação de subprodutos e resíduos do processo industrial em produtos inovadores e renováveis.

"Tanto no Brasil, quanto no Paraná, percebemos que o setor florestal tem grande força e potencial de crescimento. O segmento traz impactos positivos na economia, no desenvolvimento social e no meio ambiente. No Paraná, temos ampla tradição e potencial florestal e industrial. O modelo de negócio que temos aqui é um modelo bastante positivo e visto como potencial para superar os desafios. Porém, ainda precisamos incluir melhorias e incentivos direcionados para fomentar investimentos em infraestrutura e atração de novos investimentos, de pequeno, médio e grande porte, seja em âmbito florestal, com a oferta, ou industrial, com a demanda", completa o presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior.

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