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Por dentro da safra: a sucessão familiar, em Rebouças (PR)

Pai e três filhos produzem tabaco juntos, no município paranaense


Foto: Marcel Oliveira

Na semana passada, como referi na coluna, estive em viagem ao Paraná, percorrendo cerca de 750 quilômetros entre segunda-feira, na ida, e quarta-feira à tarde, já no retorno a Santa Cruz do Sul. Fiz as visitas na companhia de meus colegas de página Fumicultores do Brasil, o Alan Toigo, de Santa Catarina, e o Anderson Rebinski, do Paraná.

Na terça-feira, visitamos a família Opolinske, de Rebouças, em que o pai e os filhos encaminham muito bem a sucessão. Seu Edvindo, 62 anos, é o pai de Paulo, 38; Gilson, 36; e Marcos, 34 (juntos, na foto em destaque). Eles cultivam 170 mil pés de tabaco, entre as quatro famílias, e os três irmãos ainda plantam 16 alqueires de soja. Além disso, criam porcos, gado e aves e plantam verduras para a subsistência, assegurando a base da alimentação familiar. O tabaco é a principal fonte de renda na propriedade.

Eles seguem à espera da chuva, que não cai por lá desde meados de agosto, para enfim poder transplantar o restante das mudas de tabaco. Para se ter uma ideia, eles possuem canteiros em que fizeram oito (isso mesmo: oito!) podas, quando o normal é fazer duas ou, no máximo, três. Menos mal que o já plantado não morreu, embora tenha o seu desenvolvimento bastante afetado.

Em Ivaí, falta de chuva, geada e calor forte

Outra propriedade que visitamos é a de João Ukacheski, 72 anos, em Ivaí (PR). Ele e a família estão igualmente angustiados com a falta de chuva, que fez o tabaco já plantado morrer à míngua na lavoura, sem água. Dos 30 mil pés transplantados, a grande maioria secou, porque, além de não ter chovido mais desde 13 de agosto, as mudas ainda sofreram com geada, sem considerar que as temperaturas têm se mostrado com 30 graus, ou até acima disso. Seu João é gaúcho, e há 28 anos está radicado em Ivaí. Eles chegaram a molhar as plantas com regador, para tentar amenizar o drama, mas, mesmo assim, muitas não resistiram. Nem por isso ele pensa em desistir da agricultura, porque essa é a sua vocação.

Hora da capina, para o tabaco crescer bem

Enquanto isso, em nossa propriedade, nesta semana a principal tarefa será agilizar a capina nas lavouras de tabaco, para controlar inços e soltar a terra. Isso é necessário porque, com a mudança do tempo, que agora promete firmar com a primavera, em dias mais quentes e ensolarados, as plantas vão crescer rápido. Então, é esperar que as plantações de todas as culturas possam se desenvolver bem.
 

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