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RO: Estado vai oferecer primeiro café robusta sustentável

O estado tem, atualmente, 400 produtores cadastrados em 15 municípios



A marca cafeeira Matas de Rondônia sairá, ainda este ano, abrindo mais portas para a exportação do grão robusta produzido em Rondônia. Será a primeira identificação de café sustentável dessa variedade no mundo.

O estado tem, atualmente, 400 produtores cadastrados em 15 municípios associados na Cafeicultores Associados da Região das Matas de Rondônia (Caferon), criada em Cacoal.

Tão logo for concluído o cadastro, o pedido de registro da identificação geográfica (IG) será protocolado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Ele contemplará cafeicultores associados em 15 municípios que representam mais de 80% da produção do estado.

Esses municípios situam-se entre Cacoal, na BR-364, Zona da Mata, São Miguel do Guaporé e Seringueiras, regiões tradicionais produtoras.

“Do rio Machado ao rio Guaporé”, destaca o assessor técnico da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri), Janderson Dalazen.

Aproximadamente 70% da colheita da safra 2018/2019 já foram concluídos, informou o assessor.

A base familiar predomina na cafeicultura estadual, na média de quatro a cinco hectares por produtor. Eles fizeram aumentar a produtividade de 7,5 sacas de 60 quilos por hectare em 2001, para 31,5 sacas em 2019.

“Com a substituição de lavouras por clones mais produtivos, brevemente ela deverá ultrapassar 35 sacas/ha, porém, já temos alguns produtores com áreas recordes de 180 casas/ha”, previu o assessor da Seagri.

A Caferon editou norma de gestão para os associados, nela incluídos o regime de uso e práticas sustentáveis para melhoria de qualidade.

Qual o êxito do robusta no estado?

“Na década de 1970 chegaram ao antigo território sementes de café arábica, mas o amadurecimento do fruto e a secagem sofriam prejuízos por causa do longo período de inverno caracterizado por chuvas regulares e algumas intensas, na Amazônia Ocidental Brasileira”, explicou o assessor.

Lembrou Janderson que os primeiros Coffea canéfora robusta e conilon que aqui desembarcados foram trazidos por produtores do Estado do Espírito Santo nos anos 1980. Essa espécie de café é originária da África Ocidental.

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) também enviou sementes de robusta, via Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Programas do governo estadual adquiriram e distribuíram esses cafés; no campo, conilon e robusta cruzaram entre si, originando um híbrido, e hoje a base genética é híbrida”, contou o assessor da Seagri. Dessa maneira, produtores podem escolher as maiores plantas e os maiores grãos.

Já a partir da década de 1990, vieram mudas clonais (híbridos com tendência a robusta), daí a predominância em Rondônia passou a ser a variedade robusta. “Esse café tem características diferenciadas em bebida, seu sabor é sucessivamente testado em concursos de qualidade”, comentou Janderson.

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