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Analista projeta que EUA podem comprar mais carne bovina da AL

Mercado americano demanda carne magra que é usada na elaboração de hamburger


Foto: Marcel Oliveira

O impacto da pandemia, com afastamento de trabalhadores e até fechamento de algumas plantas frigoríficas no Rio Grande do Sul e em outros estados processadores de proteína animal no Brasil, também ocorreu no mercado norte-americano. Na reta final do ano, analista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta que há espaço para que o país compre mais carne bovina da América Latina, mercado que o Brasil pode disputar.

Nos Estados Unidos, a crise sanitária gerou inicialmente a elevação do consumo de carne, mas depois veio a queda na oferta, devido à paralisação ou redução da capacidade de abates. Os preços explodiram. Agora abates se recuperam e preços caem, segundo o Departamento de Agricultura.

Em palestra na plataforma virtual do Consulado Geral dos EUA em Porto Alegre na Expointer Digital, o analista de carne bovina e gado do Serviço Agrícola Internacional do USDA Jake Vuillemin citou o nível de preços: "O efeito foi a alta generalizada, chegando ao pico de US$ 460,00 por 45 quilos em maio", observou Vuillemin. Os abates com inspeção federal chegaram a despencar 35% em maio, frente ao mesmo mês de 2019.

Segundo o analista, após a retomada de unidades, que se ajustaram a exigências e protocolos sanitários, os abates foram rapidamente recompostos, com o decréscimo dos preços ao produtor. A cotação hoje está abaixo de US$ 250,00, patamar do mesmo período do ano passado.  

Nas projeções da USDA, a produção deve ficar quase estável este ano, com leve alta de 0,5%, e 1,1% em 2021. O país é considerado o maior exportador de carne bovina de alta qualidade, considerando o sistema de produção. Com a pandemia, os produtores norte-americanos reduziram em 8% os embarques, de janeiro a julho. No fechamento de 2020, a previsão é de queda de 4%. 

Nas importações, o desafio do Brasil é conseguir mais espaço nas compras. A retomada das vendas para os EUA ocorreu este ano, com primeiros embarques em maio. A previsão é de chegar a 6,5 mil toneladas até o começo de setembro. O Brasil disputa fatia da cota de 65 mil toneladas que 'outros países' têm no intercâmbio - até este mês foram usadas 25% da cota, diferentemente de Argentina e Uruguai que estão em acordos específicos. 

A retomada das vendas para os EUA se refletiu já na balança. De janeiro a agosto, o setor teve alta de quase 40% no volume embarcado para o país da América do Norte, somando 34,5 mil toneladas.

Vuillemin observou, para subsidiar análises de produtores e exportadores locais, que as importações devem crescer 7% este ano, que reflete queda de preços internos e ainda menor demanda em setores como hotelaria, muito afetada pela crise sanitária.

Para a América do Sul, o analista destaca as possibilidades são promissoras devido à desvalorização das moedas, e o real está entre as que geram esta vantagem, e busca de suprimento de carne como alternativa a restrições em regiões como a Austrália. 
 

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