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Previsão é de chuva abaixo da média ao longo de abril

Podemos ter chuvas regulares no inverno, mas enfrentaremos novo período de estiagem na estação seguinte


Foto: Pixabay

Os prognósticos para abril eram favoráveis em relação ao volume de chuva em Santa Cruz do Sul. Porém, a previsão meteorológica mudou e o cenário não é animador para o mês que iniciou nessa quarta-feira, 1º, conforme a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia. Os indicativos são de volumes entre 70 e 80 milímetros em até cinco episódios. Contudo, o normal para o período seria de 118 milímetros, em uma média das últimas três décadas.

Para a especialista, o motivo de preocupação com o índice pluviométrico inferior à média em abril é o deficit de 300 milímetros desde novembro. “Se chovesse conforme a média histórica em abril, teria como aliviar parte da situação da estiagem. Poderíamos ter boa infiltração de água no solo e reabastecimento das fontes. Mas a tendência é que isso não aconteça”, disse.

Estael apontou que a distribuição de chuvas no verão gaúcho é ruim em condições normais. Neste ano, entretanto, a falta de precipitações prejudicou a agricultura e ameaça o abastecimento dos municípios. A explicação para o agravamento do problema é o resfriamento de regiões do Oceano Pacífico, o que tem direta relação com a escassez de chuva.

“A projeção não é animadora para a próxima primavera. Podemos ter chuvas regulares no inverno, mas enfrentaremos novo período de estiagem na estação seguinte”, alertou Estael.

No gráfico da MetSul, as quedas mais acentuadas na temperatura estão previstas para ocorrer entre os dias 19 e 23 de abril e depois entre os dias 11 e 15 de maio. De acordo com a Climatempo, a primeira massa de ar frio de origem polar realmente forte deve ocorrer no fim da primeira quinzena de maio.

Nesta quinta-feira, 2, chega uma frente fria no Estado, segundo a MetSul. Chove com mais intensidade na metade Norte. Na parte Sul, os volumes acumulados devem chegar a 15 milímetros.

Nesta sexta-feira, 3, a chuva fica concentrada somente no Norte. Um ciclone vai atuar no Oceano Atlântico associado à frente fria e os efeitos serão sentidos no Litoral, com a presença de ventos fortes, na faixa de 80 quilômetros por hora.

Também nesta sexta, uma massa de ar seco e frio empurra a instabilidade para fora do Estado e provoca queda na temperatura. Conforme o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe), a mínima cai de 23 graus nesta quinta para 18 na sexta e 16 no fim de semana. As máximas variam entre 29 e 26 graus.

Conforme o professor Marcelino Hoppe, da Unisc, os índices pluviométricos em Santa Cruz do Sul foram medidos entre 1914 e 1968 por meio de um equipamento do Ministério da Agricultura instalado na Praça Hardy Elmiro Martin.

Desde 2004, a Unisc conta com uma estação meteorológica. Com relação aos dados disponíveis, o volume de março foi o mais baixo dos registros. A segunda marca foi de 11,5 milímetros em 1926.

Neste ano, choveu somente 9% do que seria normal para o mês. Hoppe analisa que a média de chuva aumentou 5% ao longo dos anos e, segundo ele, a tendência é que a elevação pluviométrica seja acentuada nas próximas décadas, muito por conta do aquecimento global.

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