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RS: precaução com o frio evitou prejuízos nas lavouras de tabaco

De olho nas previsões, maioria dos fumicultores optou por atrasar o transplante das mudas


Foto: Eliza Maliszewski

O frio intenso registrado na última semana, acompanhado de geada e até de neve em alguns municípios, não chegou a afetar de forma severa as lavouras de tabaco do Vale do Rio Pardo. A constatação da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) é de que os produtores agiram de forma precavida, devido às previsões divulgadas. O tesoureiro da Afubra, Marcilio Laurindo Drescher, considera que não houve nada “assustador ou trágico” relacionado a danos. “A gente constatou que nossa região plantou, até o fim de julho, a metade do tabaco que tinha plantado no ano anterior, em razão do risco de uma onda de frio intenso. Então a grande maioria conseguiu segurar, porque as mudas não estavam avançadas.”

Drescher completa que a Afubra não recebeu queixas de produtores ou constatações da equipe técnica que faz pesquisa a campo. “No canteiro dificilmente se viu alguém reclamar de perda de mudas. O pessoal cuida ao máximo e todos têm que ter essa visão de se prevenir tecnicamente.” Porém, ele não descarta um futuro prejuízo para o tabaco plantado na lavoura. “Isso tudo é imprevisível porque o frio impacta na estagnação de crescimento. As variedades têm um ciclo. Se esse ciclo passa e ele não se desenvolve, a flor pode sair antes de desenvolver mais folhas, então pode ficar com menos folhas e já lançar a flor, o que dá menor produtividade”, diz o tesoureiro.

O atraso nesse desenvolvimento, contudo, não impacta no processo de venda do tabaco e de importação. “As indústrias têm seu ciclo de exportação já cronometrado. Até porque, nos últimos anos, o produtor começou a plantar cada vez mais cedo. No geral o ciclo do tabaco era mais tarde, sendo plantado, na maioria das vezes, no fim de agosto em diante.” Ainda de acordo com Drescher, a partir deste ano os levantamentos são feitos em uma parceria das representações dos produtores com as empresas, “para que não haja disparidade na negociação.”

Para evitar mais prejuízos

Com o anúncio da massa de ar polar que estava por chegar, o fumicultor Jonathan Freitas, de Linha Emília, interior de Vale do Sol, preferiu se prevenir para evitar novas e más surpresas. “Segurei todas as minhas plantas. Eu ia plantar durante a semana pouco mais de 100 mil pés. Mas segurei e comecei de novo nessa segunda-feira plantando 35 mil”, conta. No fim de junho, o agricultor foi surpreendido ao acordar e ver que sua propriedade havia sido alvo de furto. Na ocasião, 13 mil mudas foram subtraídas e o prejuízo chegou a R$ 2 mil.

O que esperar

Segundo a MetSul Meteorologia, o mês de agosto deve ter precipitação abaixo da média para o mês. A maior parte da primeira metade será marcada pelo predomínio do tempo firme, com muitos dias de sol, nevoeiro e neblina. A tendência é que a chuva comece a retornar entre a segunda e a terceira semana do mês, com uma condição mais favorável na segunda quinzena. Agosto ainda começa com noites frias e temperatura abaixo da média, como consequência da forte incursão polar do fim de julho; entretanto, as marcas nos termômetros estarão em elevação gradual e as tardes passam a amenas e agradáveis, enquanto as madrugadas seguem frias.

O fim da primeira semana e o começo da segunda poderão ser mais quentes que o normal, inclusive com tardes de calor em que a temperatura deve passar dos 30 graus. Ainda conforme a MetSul, a possibilidade de voltar a nevar no Rio Grande do Sul neste mês não pode ser descartada, em especial em um ano com alta frequência de massas de ar polar de grande potência.

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