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Cresce produção de vinhos fora da Serra

Agricultores investem em uva para vinho, espumante e suco em diversas partes do Rio Grande do Sul


Foto: Divulgação

O Rio Grande do Sul celebra uma das melhores safras de vinho da história. Não em quantidade mas em qualidade. Comparada à safra de 2019, houve uma queda de 17,8 % na produção geral de uvas mas as viníferas tiveram um aumento de 44,4%. A safra 2020 apresentou um aumento na elaboração de vinhos finos e de mesa, quando comparado a safra 2019. Os dados são do Sistema de Cadastro Vinícola do Estado do RS (Sisdevin).

A Serra gaúcha é referência quando se fala em vinhos mas a produção de boa qualidade tem encontrado outras áreas, cada uma com suas características. Despontam produções na Campanha, na Serra do Sudeste e na Zona Sul do Estado. 

Cezar Lindenmeyer está na atividade há 13 anos, quando implantou um vinhedo no município de Piratini, na região Sul. Produz vinhos experimentalmente há 9 anos e comercialmente há cerca de  2 anos. Com marca própria, na Vila Don Basílio, também produz vinhos naturais em pequena escala e explora o enoturismo, a exemplo da maioria das vinícolas.

São cinco hectares que produzem uma média de 35 mil quilos. “Nesta safra, a expectativa é produzir 8 mil litros de vinhos tintos, brancos e roses, além de espumantes brancos e roses, todos com uvas do vinhedo”, destaca o produtor. No vinhedo estão as variedades Moscato Giallo, Trebbiano, Riesling Itálico, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir. “Também estou implantando Marcelan, Tannat e Cabernet Franc, buscando matéria-prima para produzir Assemblage, um vinho mais complexo e intenso de aromas e sabores”, conta.

Conversamos mais com o produtor para entender a produção na região. Confira a entrevista:

Portal Agrolink: como anda a produção de vinhos na região de Piratini?
Cezar Lindenmeyer:
especificamente em Piratini temos apenas uma vinícola operando regularmente, mas temos que considerar que Piratini faz parte de uma região que tem uma Associação de produtores, a Vitisul,  que reúne, além de Piratini, Pinheiro Machado (sede da Associação), Pedras Altas e Herval.  Neste conjunto de municípios, temos produtores que colhem as suas uvas e terceirizam a sua vinificação ou levam para outros locais onde tem unidades de produção.

Situação semelhante ocorre na Serra do Sudeste, tendo Encruzilhada do Sul como a "sede", em que a maioria das áreas de vinhedo produzem para indústrias localizadas na Serra Gaúcha, além delas mesmas (as grandes indústrias) terem produção própria na região. A grande evolução neste particular vem sendo percebida na Região da Campanha, onde muitas proprietários têm investido na etapa industrial, aproveitando este  selo de IG.

VEJA: vinhos da Campanha ganham destaque

Portal Agrolink: quais as diferenças e características em relação a Serra Gaúcha?
Cezar Lindenmeyer:
as diferenças são muitas: no solo, clima, manejo e a cada ano que passa fica claro que vamos dividir as regiões por suas reais aptidões. A Serra produzindo uvas para espumantes e sucos e a Fronteira para vinhos tranquilos e espumantes. Aliás, esta descoberta é muito antiga (início dos anos 70), mas só agora está se consolidando.

Portal Agrolink: esta safra é considerada uma das melhores em vinhos. por aí também foi este cenário?
Cezar Lindenmeyer:
sem dúvida, foi a melhor safra dos últimos anos em todas as regiões produtoras, fruto de uma condição ímpar de clima na reta final do ciclo, gerando uma uva espetacular do ponto de vista de sanidade e teor de açúcar e certamente teremos vinhos excepcionais.
 

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