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Curso do Senar-RS estimula a criatividade e a sustentabilidade

Grupos de artesanato com materiais recicláveis são mantidos de forma presencial durante a pandemia


Foto: Claudio Norões/Embrapa

Centenas de mulheres do interior do Rio Grande do Sul estão dando exemplo de responsabilidade ambiental e sustentabilidade - e ainda estão ganhando uma graninha com isso. São as alunas e ex-alunas do curso Artesanato – Material Reciclável, promovido pelo Senar junto a trabalhadoras rurais. Elas têm feito bolsas, sousplats, porta chaves e outros objetos de vestuário e decoração com materiais que iriam para a lixeira (ou para os oceanos), e comercializando os produtos.

“Nada, nada é lixo. Tudo a gente pode transformar, dando um olhar mais atencioso para o material. As possibilidades são infinitas. Desde um tapete de retalhos de tecido, até acessórios chiques, como bijuterias e bolsas, que podem sair dessa transformação”, garante uma das instrutoras do curso, Zélia Martins Kaufmann.

Criado há 18 anos, o curso ganhou uma modalidade semipresencial em 2020, devido à pandemia. O formato é mais enxuto que o tradicional: são ao todo 14 horas de aulas, sendo 10 virtuais (distribuídas ao longo de uma semana) e quatro aulas presenciais, individualizadas, na casa dos alunos. Zélia garante que é tempo suficiente para que as participantes aprendam uma técnica de reaproveitamento por dia. Além disso, a aula ao vivo é ideal para que as alunas tirem dúvidas e possam caprichar no resultado final. 

Renda extra

Entusiasta do artesanato, Zélia afirma que esse tipo de reaproveitamento é muito mais lucrativo do que a venda dos recicláveis.

“Tem famílias que se sustentam vendendo papelão e garrafa pet. Recebem R$ 0,50 por 21 garrafas sem tampa. Com o artesanato, poderiam valorizar o material e melhorar sua qualidade de vida”, acredita.

Ex-aluna do curso do Senar-RS, Íris Panta Joaquim compartilha da visão de sua professora. Ela fez o curso em outubro e, hoje, divide seus conhecimentos como oficineira de artesanato no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Central e na Casa da Criança, em Rio Pardo. 

“No Cras Central, atendo a um grupo de crianças e adultos em situação de vulnerabilidade social que buscam atendimento e são oferecidas as oficinas. O artesanato faz parte do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos. Já na Casa da Criança atendemos crianças e adolescentes, com idades de 8 a 15 anos. É um trabalho também de conscientização ambiental, de reutilização e reaproveitamento de materiais, evitando o desperdício”, diz Íris.

Avaliação

A oficineira avalia que dentro da necessidade de se reinventar diante a pandemia, o curso Artesanato – Material Reciclável superou suas expectativas de participação.

“Muitas das técnicas, se não todas, vão ser repassadas para as pessoas que atendo, mostrando que elas podem, sim, fazer muitas coisas com materiais que tem em casa ou que possam ser adquiridos por elas. A oportunidade do curso foi muito importante e gratificante. Tenho a sensação de que essa oportunidade surgiu para acrescentar na minha vida”, elogia. 

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