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La Niña enfraqueceu?

De acordo com o IRGA, fenômeno climático enfraqueceu, mas ainda está ativo


Foto: Pixabay

Houve aumento na frequência das precipitações em dezembro no Rio Grande do Sul (RS), porém, foram irregulares espacialmente. Na Metade Sul, os acumulados totais do mês ficaram entre 50 e 100mm, com exceção da Fronteira Oeste, que teve valores entre 100 e 150mm .

Observa-se, pela figura 2, que as precipitações ocorreram em momentos diferentes em alguns locais do Estado. Por exemplo, o município de Camaquã teve registro de chuvas na primeira quinzena do mês. Já Alegrete registrou quatro eventos de chuva bem espaçados entre si. Contudo, mesmo com a maior frequência das precipitações, o acumulado total foi abaixo da média climatológica (Figura 1B).

A falta de regularidade e os baixos volumes de chuva tem preocupado os produtores da Metade Sul do Estado, visto que os reservatórios, que não estavam com 100% da capacidade no início da safra, baixaram o nível com a intensificação da irrigação nas lavouras de arroz.

Segundo o último relatório da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), divulgado no dia 14 de janeiro, La Niña deve se manter no trimestre fevereiro, março e abril, com 80% de probabilidade, devendo entrar em fase de Neutralidade no trimestre abril, maio e junho, com probabilidade de 55%. Ainda segundo a NOAA, o sistema acoplado oceano-atmosfera esteve consistente com a fase fria do ENOS (La Niña), indicando sua continuação.

Pelo mapa da anomalia da Temperatura da Superfície do Mar (TSM), observa-se que as águas do Oceano Pacífico Equatorial se mantiveram mais frias que o normal durante dezembro (Figura 3). As anomalias nas quatro regiões do Pacífico foram de: -0,7°C, -0,8°C, -1,0°C e -0,8°C, nas regiões do Niño1+2, Niño 3, Niño 3.4 e Niño 4, respectivamente. O valor do último trimestre (outubro, novembro e dezembro) foi de -1,3°C.

De acordo com o boletim do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), a temperatura das águas do Oceano Atlântico Sul apresentou anomalias positivas em dezembro, devendo continuar assim no decorrer de janeiro. Este é um ponto positivo, visto que estas águas mais aquecidas fornecem maior quantidade de calor e umidade à região, favorecendo as chuvas no RS.

O Instituto já havia informado em outros boletins que, a frequência das precipitações foi maior em dezembro e em meados de janeiro, quando comparada ao mesmo período da safra passada. Esta tendência deverá continuar nos próximos meses, mesmo que a média mensal da precipitação não chegue ao valor da normal climatológica. Ou seja, assim como na safra 2019/2020, a safra 2020/2021 também será de chuvas abaixo da média, porém esta safra terá mais episódios de precipitação, fazendo com que os efeitos da estiagem sejam amenizados.

Para o trimestre fevereiro, março e abril de 2021, as precipitações ocorrem, mas ainda serão irregulares. A última semana de janeiro e os primeiros dias de fevereiro serão de dias com instabilidade no Estado, com as chamadas chuvas de verão que, em alguns locais, poderá acumular boa precipitação. Para fevereiro, a previsão do INMET mostra que o acumulado mensal ficará abaixo da média climatológica. O volume total de precipitação deverá ficar abaixo dos 70mm na maioria das regiões.
 

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