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Agricultores gaúchos estão na reta final de plantio

Projeção é de que sejam plantados cerca de seis milhões de hectares


Foto: Marcel Oliveira

Os produtores de soja do Rio Grande do Sul estão na reta final da implantação das lavouras. A semeadura, que começou em meados de setembro, estende-se ainda durante todo este mês, conforme indicação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Para a safra 2019/2020, a projeção é de que sejam plantados 5.978.967 hectares no território gaúcho – 83% dessa área já está pronta. Atualmente, as lavouras implantadas se encontram 100% em desenvolvimento vegetativo. 

No Baixo Vale do Rio Pardo, a regional da Emater/RS-Ascar de Soledade prevê o plantio de 441.190 hectares, com produtividade de 33.361 quilos por hectares. “Há uma previsão de aumento de área de 3,7% em relação à safra passada. A produtividade poderá ser superior se as condições climáticas forem favoráveis durante todo o ciclo da cultura. Ocorre que são comuns breves estiagens, quase todos os anos, e conforme a época de ocorrências e duração isso se reflete na produtividade”, explica o assistente regional da área de produção vegetal da Emater/RS-Ascar, Josemar Parise. 

Sobre o incremento das lavouras, explica que o fortalecimento do mercado de exportação, principalmente para países asiáticos, e o aumento do consumo interno na ração animal são fatores determinantes. Embora seja cedo para previsões sobre a safra, que está no início do desenvolvimento, Parise destaca que as expectativas são boas. “As lavouras, em geral, estão com bom estande de plantas.” Os agricultores também se mantêm otimistas com o preços, que nos últimos anos têm ficado em um bom patamar de remuneração. Atualmente, o valor da saca de 60 quilos gira em torno de R$ 80,00.

De coadjuvante a protagonista

Há semanas o agricultor Sérgio Aloísio Kessler, de 57 anos, torce pela chuva na propriedade de Dona Carlota, em Santa Cruz do Sul. Com o plantio iniciado no dia 19 de outubro, até agora um total de 40% da área de 55 hectares ainda precisa ser implantado. “Precisamos de umidade para semear. Em outubro choveu demais, o que atrasou o plantio, e depois não tivemos uma sequência de chuvas”, conta. Na incidência pluviométrica registrada no município no último sábado, apenas 5 milímetros atingiram a lavoura. A situação é ainda pior nos cem hectares cultivados em Capané, em Cachoeira do Sul, onde a família ainda não iniciou o plantio. 

“Por enquanto estamos cuidando da lavoura de arroz, esperando pela chuva marcada para este domingo e segunda-feira”, conta. A mesma situação, conforme Kessler, é enfrentada por outros sojicultores da região. A expectativa é conseguir semear a oleaginosa até o fim deste mês, dentro da janela produtiva da cultura. Na atividade desde 2011, o produtor conta com a ajuda dos filhos Bruno e Henrique Kessler e, apesar das adversidades climáticas, mantém-se otimista com a safra. “A soja começou como diversificação para a orizicultura, mas hoje é parte importante da nossa renda. Felizmente as variedades mudaram muito nos últimos anos, o que permite o cultivo em áreas alagadiças.”

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