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Sul pode viver nova estiagem

La Niña deve ter pico entre novembro e janeiro, trazendo pouca chuva


Foto: Marcel Oliveira

Os produtores gaúchos não gostariam de relembrar a última safra quando  estiagem causou quebra de 30% no milho e mais de 40% na soja. O gado leiteiro e o tabaco também tiveram perdas. A seca dominou o estado desde novembro de 2019 e só foi amenizar em março deste ano. Mais da metade dos municípios decretaram situação de emergência. No verão passado os níveis dos rios chegaram ao menor índice em 80 anos.

Com a chegada da La Niña neste mês a previsão para a primavera não é animadora. O fenômeno que causa do resfriamento das águas do Pacífico está ganhando força e, naturalmente, impacta nas chuvas do Sul do país. Enquanto isso estados do Nordeste como Ceará e a região do Matopiba e Centro-Oeste podem comemorar a chuva. 

Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), as análises indicam que o La Niña poderá ter intensidade de moderada a forte no Brasil. Anteriormente, o NOAA apontava para um La Niña com intensidade fraca em 2020. O pico será entre novembro e janeiro.

Segundo o Boletim do Conselho Permanente de Meteorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), referente aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2020, as chuvas devem ser escassas até novembro. Em dezembro, são esperados padrões de chuva mais próximos da média, mas com temperaturas acima do normal, o que mantém a evapotranspiração elevada. Com isso reflexos devem ser sentidos na próxima estação, com verão mais seco.

A publicação alerta para os cuidados com as culturas em relação ao déficit hídrico. No arroz a orientação é dimensionar a área a ser semeada conforme a disponibilidade de água; em milho, soja, feijão o ideal é escalonar a época de semeadura e utilizar genótipos de diferentes ciclos ou diferentes grupos de maturação para evitar eventuais perdas em função de deficiência hídrica no período crítico, sempre respeitando o zoneamento agrícola; em hortaliças irrigar sempre que necessário; na fruticultura preservar a cobertura verde da área para conservação do solo e armazenamento de água no solo e adotar a técnica do raleio dos frutos e em forrageiras promover a manutenção da cobertura de solo e de boa disponibilidade de forragem, adequando a lotação animal ao crescimento do pasto, utilizar mudas e sementes de maior vigor e se prevenir fazendo silagem ou feno para alimentação do rebanho na estiagem. 

Até o fim de semana, o tempo permanecerá seco e com temperatura em elevação. Somente na semana que vem há previsão de chuva sobre as áreas produtoras da Metade Sul do Rio Grande do Sul.

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