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Safra deve abrir 4,5 mil vagas nas indústrias de tabaco

Pelos próximos meses é hora de vestir o uniforme e partir para o trabalho em uma das dez tabacaleiras de Venâncio Aires para cumprir a safra 2019


Pelos próximos meses é hora de vestir o uniforme e partir para o trabalho em uma das dez tabacaleiras de Venâncio Aires para cumprir a safra 2019. As indústrias já começaram a contratar, voltando à rotina para quem atua na destala manual, na empilhadeira, na manutenção, no laboratório ou em qualquer outra área da engrenagem industrial de processamento do tabaco.

A estimativa do Sindicato da Indústria do Fumo, Alimentação e Afins (Stifa) de Venâncio Aires é pela abertura de 4,5 mil postos de trabalho. O administrador da entidade, Ricardo Sehn, destaca que os números são os mesmos de 2018. A diferença é que as indústrias anteciparam as contratações. 'No ano passado, por exemplo, os contratos iniciaram em menor escala em janeiro, se concentrando a partir de março. Neste ano, aumentaram os contratos nos dois primeiros meses do ano', explica.

Entre aqueles que já vestiram o uniforme está Lisiane Schmidt, 34 anos, trabalhando desde o dia 4 de fevereiro. São oito safras na Alliance One, onde ela já passou nas 'linhas', foi 'varredeira' e agora é auxiliar de operador de equipamento. Com a 5ª série do Ensino Fundamental, ela entende que é difícil conseguir outro trabalho devido à 'pouca escolaridade'. Por isso, sempre aproveitou a oportunidade na fumageira e, ainda que seja temporário, o orçamento da casa agradece. 'Já tentei em outros lugares sim, mas gosto de trabalhar no fumo e tenho muitos amigos.'

Lisiane mora com o marido e o filho, de um ano, em Linha Travessa. De setembro a janeiro, período que geralmente está fora da indústria, o tabaco segue fazendo parte da rotina e ela ajuda na colheita em propriedades do interior. 'Acabo trabalhando no ciclo completo do fumo.'

Começo

Lisiane Schmidt é um dos 3 mil empregados que devem atuar em 2019 em todas as unidades da Alliance One, espalhadas pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A estimativa considera mensalistas, horistas e aprendizes. Especificamente de Venâncio Aires não há números, pois a empresa opta por falar sempre de 'um todo'.

Na unidade local, a compra de tabaco começou no dia 24 de janeiro e, desde então, muitos funcionários já foram contratados. Já o beneficiamento começa, de fato, na próxima segunda-feira, 18. A partir desta data até março, deve ocorrer o 'grosso' das contratações.

Como a comercialização geralmente vai até o fim de julho, a tendência é que as linhas de produção sigam a todo vapor até agosto ou setembro. 'É só o começo. Ainda não há uma previsão de quantos serão contratados. Isso varia muito. Assim como os turnos, ainda não está definido quantos turnos de trabalho haverá. Mas a tendência é que siga dentro de uma normalidade histórica em relação ao período', explica Braulio Staub, analista de comunicação e responsabilidade social da Alliance.

Conforme o Stifa, os trabalhadores, em sua maioria, cumprem contratos pré-determinados de quatro meses com o piso mínimo da categoria de R$ R$ 1.170,40 mensais, além de benefícios.

Contratações

Aos trabalhadores que já atuaram nas indústrias é concedida uma carta de indicações com as datas dos exames médicos e início do período de trabalho com contatos diretamente nas empresas.

Geralmente, através do Sine, a partir de março, começam as novas contratações para suprir a demanda nas indústrias, explica o diretor da FGTAS/Sine de Venâncio Aires, Adriano Costa. No ano passado, por exemplo, foram 280 novas vagas para setor da destala de tabaco manual.

Costa ressalta que, embora quem tenha a carta de indicação participe da seleção na própria indústria, existe a parceria com o Sine para contratos. 'Em janeiro tivemos oito colocações no mercado de trabalho para área administrativa da indústria do tabaco. As vagas de empilhadeira e manutenção também passam pelo Sine, e são abertas de acordo com as demandas das indústrias'.

À espera do retorno

Diferente de Lisiane Schimidt, que trabalha com tabaco o ano inteiro, Clarice Ruppenthal fica apenas na indústria e se encaminha para a 19ª temporada na CTA. Aos 59 anos, ela ainda não está aposentada e vai contando com os meses da safra para preencher a carteira de trabalho.

Quando a família trocou a Linha Arroio Grande pela cidade, Clarice até trabalhou em outro local, mas acabou dispensada porque a empresa estava 'mal das pernas'. Ainda com os filhos em casa e pensando nas contas, a saída foi procurar outro lugar. A oportunidade apareceu na CTA, fumageira para a qual ela retorna todo ano depois de receber a chamada 'cartinha'. 'Eles me dão oportunidade e é muito bom trabalhar lá, tenho muitos amigos e o salário sempre ajudou nas contas.'

Nos meses longe da indústria, outro trabalho importante faz parte da rotina: ajudar a cuidar dos quatro netos. Mas, como já é fevereiro, Clarice vive a expectativa de ser chamada nas próximas semanas e aguarda a ligação da firma para recomeçar na linha 1, atuando como revisora.

Segundo Leila Cristina Wünsch, supervisora de Sustentabilidade da CTA, a compra de tabaco já começou e o beneficiamento será iniciado na próxima segunda-feira, 18.

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