Produtor que duvidava da irrigação hoje opera 12 pivôs e planeja três safras por ano
Milho saltou de 33 sc/ha (sequeiro) para até 147 sc/ha (irrigado)

No Mato Grosso do Sul, onde estiagens e chuvas irregulares são cada vez mais frequentes, um produtor rural conseguiu reverter prejuízos persistentes investindo em irrigação. Nelson Antonini, proprietário do Grupo Antonini, transformou a produtividade das suas fazendas e hoje opera 12 pivôs centrais Valley em 1.380 hectares irrigados, com planos de alcançar até três safras por ano.
Até 2015, Antonini, que cultiva cerca de 16 mil hectares nas fazendas Marialva, Vista Alegre e Alegria do Corupaí, relutava em adotar o sistema de irrigação. “Eu vinha analisando os pivôs há dez anos, mas tinha receio. Parecia algo complicado e caro”, relembra. O cenário mudou quando a comparação dos números se tornou impossível de ignorar.
Na safra de milho de 2021, a produtividade na área sem irrigação despencou para 33 sacas por hectare. Já na área irrigada, o rendimento ficou entre 130 e 147 sacas. Na soja, a diferença foi ainda maior: de 15,5 sacas no sequeiro para até 96 sacas por hectare no irrigado. Para o feijão, a produtividade quase triplicou — de 27 para 75 sacas por hectare.
“Vi que o dinheiro que eu gastava com seguro agrícola podia ser a parcela do pivô. O retorno foi imediato”, destaca Antonini. Além de aumentar a produtividade, a irrigação permitiu diversificar o calendário de cultivo: hoje, o produtor faz soja no verão, milho na segunda safra e, em metade dos pivôs, planta feijão na terceira safra. Nas áreas sem irrigação, ele já prefere não plantar quando o risco de perdas é muito alto.
Outro ponto decisivo foi o suporte técnico na região. A Copasul, cooperativa em Naviraí (MS), se tornou distribuidora Valley local e garante peças de reposição e assistência para os pivôs, além de alternativas como motores a diesel para contornar falhas no fornecimento de energia.
Para Antonini, o investimento mudou não só a produtividade, mas também a segurança para planejar as próximas safras em um clima cada vez mais incerto. “A diferença entre ter pivô e não ter é a tranquilidade para colher o que você plantou”, resume o produtor.
Comparativo de produtividade – Grupo Antonini
Milho saltou de 33 sc/ha (sequeiro) para até 147 sc/ha (irrigado)
Soja subiu de 15,5 sc/ha para até 96 sc/ha
Feijão quase triplicou: de 27 sc/ha para 75 sc/ha