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Projeto Campo Futuro apura custos de produção de arroz e café

CNA em parceria com o Cepea ealizou nesta semana painéis de levantamento de custos de produção de arroz


Foto: Marcel Oliveira

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), realizou nesta semana painéis de levantamento de custos de produção de arroz, em Uruguaiana (RS) e Tubarão (SC).

Também foram apuradas informações sobre o custo de produção de café em Capelinha (MG), juntamente com o Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA).

A iniciativa faz parte do Projeto Campo Futuro, que analisa as informações obtidas a partir da realidade produtiva apresentada pelos produtores. Desde o ano passado, os painéis são realizados em formato virtual, em razão da pandemia, obedecendo a normas de segurança sanitária.

Participam dos encontros representantes das federações estaduais de agricultura e pecuária, sindicatos rurais dos municípios e produtores rurais. Os dados obtidos são preliminares.

Uruguaiana – Na segunda (14), foram analisados os custos do arroz produzido na safra 2020/2021. O município obteve uma excelente produtividade, em torno de 10.000 kg/hectare, apesar da seca e baixa disponibilidade de água antes do plantio.

Segundo o assessor técnico da CNA, Fábio Carneiro, os preços foram melhores na colheita (março/21), mas vem baixando significativamente para o produtor. O custo total do arroz da safra 20/21 subiu para próximo de R$ 60/saca, o que representa uma alta de mais de 10 sacas por hectare com relação à safra passada. Os fertilizantes e combustíveis tiveram as maiores variações.

“Os produtores estão preocupados com o aumento do custo para a safra que será plantada em agosto de 2021 e a atual queda nos preços do arroz. A alta dos custos, em especial de maquinários, fertilizantes e energia elétrica são os itens que mais pesam no orçamento da nova safra de arroz”, disse Carneiro.

Tubarão – Na região sul de Santa Catarina, também foi registrado aumento nos custos de produção da cultura. Conforme o painel realizado na quinta (17), o Custo Operacional Efetivo (COE) teve alta de 25% em relação à safra anterior.

Apesar disso, os preços e a boa produtividade ajudaram os produtores a obter uma margem positiva sobre o custo total, resultado que alavanca a economia do sul do estado de Santa Catarina.

“Foi um bom resultado. O produtor conseguiu pagar as contas e investir, mas já está preocupado com a próxima safra, pois os custos continuam subindo e o preço do arroz está caindo”, declarou.

Café – Os produtores mineiros relataram durante o encontro do projeto, na quarta (16), que a produtividade desta safra será prejudicada pela seca que atingiu o estado, principalmente durante a floração. Outro fator que deverá influenciar na queda é a bienalidade baixa da cultura.

Segundo o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues, a atratividade dos preços pagos pela saca de café no mercado físico tem limitado os negócios em mercado futuro, o que traz insegurança aos produtores.

Em relação aos custos de produção, o destaque foi o impacto do gasto com fertilizantes, que representou 43% do COE com a saca de café. A mão de obra nas atividades de colheita e pós-colheita representou 28%.

“O desafio relatado para essa safra está justamente no maior gasto com fertilizantes, devido à alta nos preços, e esse impacto, que já é de praxe, da mão de obra na colheita e pós-colheita”, analisou Rodrigues.

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