CI

Laboratório de Azeites busca acreditação no Inmetro no mês de março

De suporte às pesquisas com oliveiras, estrutura da Embrapa passará a realizar análises sobre a qualidade dos azeites


De suporte às pesquisas com oliveiras, estrutura da Embrapa passará a realizar análises sobre a qualidade dos azeites

O Laboratório de Análises de Azeites, localizado na unidade de pesquisas da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) teve sua estrutura criada há cerca de quatro anos. A finalidade de sua existência até este momento foi dar suporte as pesquisas desenvolvidas na área da cultura de oliveiras, que vem crescendo no Estado. Há cerca de uma semana, a estrutura  passa por um processo de acreditação junto ao Inmetro, cuja submissão a este órgão, ocorrerá até o final do mês de março.

Segundo o chefe de Pesquisa e  Desenvolvimento da Unidade, em Pelotas, Jair Nachtigal, a  estrutura do Laboratório de Análises de Azeites da Embrapa permite a determinação, em amostras do produto, de acidez livre; índice de peróxidos; extinção específica no ultravioleta e, também, da composição de ácidos graxos e de esteróis, além de esteróis totais, ( teor de umidade; índice de iodo e índice de saponificação). Também tem capacidade para realizar análises de estabilidade oxidativa e teor de óleo em azeitonas.  "As rotinas de trabalho estão voltadas à pesquisa, como é o caso do atendimento às demandas do projeto Características de qualidade dos azeites produzidos a partir de oliveiras introduzidas e adaptadas na região Sul do Brasil, liderado pelo pesquisador Rogério Oliveira Jorge e financiado com recurso da Embrapa. O processo de adequação do laboratório aos requisitos da Norma ISO/IEC 17.025, ora em curso, deverá culminar na obtenção de acreditação pelo INMETRO e credenciamento junto ao MAPA para os ensaios de determinação de acidez livre, índice de peróxidos e extinção específica no ultravioleta, que deve ser solicitada ainda este ano", explica Nachtigal.

O Laboratório, além desta adequação de procedimentos, participa desde sua origem de ensaios de proficiência em análise de azeite pela Rede Metrológica/RS e pelo International Bureau for Analytical Studies (BIPEA),  com sede em Paris, França. Ainda neste ano, o Laboratório deve conquistar também sua acreditação junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que permitirá a emissão de laudos com os resultados das análises realizadas, para fins de fiscalização.

Mais sobre pesquisas em Oliveiras

A Embrapa Clima Temperado retomou, há mais de dez anos, as atividades com a cultura da oliveira, inicialmente avaliando a adaptação  de cultivares no sul do país. Dos materiais genéticos importados da Europa, cerca de 15 cultivares foram registrados pela Embrapa no Registro Nacional de Cultivares (RNC), o que permite sua produção no território nacional. Além disso,  quatro seleções promissoras e adaptáveis a região Sul do Brasil estão em fase de avaliação.

Segundo o pesquisador Enilton Coutinho, desde 2006, a Unidade juntamente com outras instituições de pesquisas nacionais e internacionais, realizam ações de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação com oliveiras por meio dos projetos Introdução e desempenho agronômico de cultivares de oliveira no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina; Desenvolvimento e adequação de tecnologias à cultura da oliveira para o sul do Brasil e Produção Integrada de Oliveiras. "Resultados de pesquisas relevantes foram obtidos nos últimos 14 anos, como por exemplo recomendação técnica para o plantio de cultivares de oliveiras nos estados do RS, SC e PR, através das cultivares  Koroneiki, Arbequina, Arbosana, Picual e Galega Alto D´Ouro; já nos estados de SP e MG, as cultivares Koroneiki, Arbequina, Arbosana, Grappollo e Maria da Fé. Durante este período, genótipos de oliveiras encontrados em praças, propriedade de agricultores e em áreas urbanas (ruas, avenidas, jardins, etc) foram coletados, multiplicados e, posteriormente, inseridos em unidades de observação e também no Banco de Germoplasma da Embrapa Clima Temperado", explicou Coutinho.

Após  avaliações fitotécnicas  e  fitossanitárias pela equipe, foram identificados quatro genótipos potenciais para serem explorados na região Sul, em especial no Rio Grande do Sul. "No momento, para que estes genótipos sejam disponibilizados ao setor produtivo (viveiristas, olivicultores, etc),  como seleções ou cultivares, é necessário fazer todos os procedimentos técnicos/jurídicos que o processo requer. Acredita-se que até outubro deste ano as duas primeiras cultivares de oliveira genuinamente brasileiras sejam registradas no Mapa, e outras duas cultivares em 2020", confirmou Coutinho.

Acesso a bibliografia técnica

Como forma de auxiliar os futuros produtores e investidores em oliveiras em 2016 a pesquisa editou  o livro Oliveira - aspectos técnicos e cultivo no Sul do Brasil, no qual são abordados introdução e avaliação de cultivares, formação do banco ativo de germoplasma, manejo fitotécnico e fitossanitário de olivais e tecnologias de propagação, desenvolvidas especificamente pela Embrapa, com o objetivo de dar suporte técnico aos olivais implantados e futuros empreendimentos,  contribuindo para a melhoria da qualidade dos frutos colhidos.

Em 13 capítulos o interessado no assunto poderá encontrar informações sobre as tecnologias geradas e adaptadas para a cultura, com destaques para clima, solo, cultivares, instalação do olival, custos e manutenção, poda, doenças, pragas, colheita e produção integrada, além de infográficos e fotografias, que garantem melhor visualização de aspectos da cultura.

Anterior a esta bibliografia há também o livro  Zoneamento Edafoclimático da Cultura da Oliveria para o Estado do RS, lançado em 2013, que representa o esforço da Embrapa e do MAPA para o estabelecimento da organização territorial da olivicultura, por meio da disponibilização do zoneamento edafoclimático da cultura para o Estado. A obra descreve a situação da olivicultura no mundo e no Brasil, resumindo aspectos produtivos, de fisiologia vegetal e da saúde humana, envolvendo também o principal produto, o azeite. "Este estudo mostra que o RS dispõe de quase 6,8 milhões de hectares de terras com aptidão edafoclimática “recomendável”, dos quais 51% localizam-se na metade sul do Rio Grande do Sul e 10,6 milhões de hectares com aptidão edáfica “pouco recomendável”", explicou o pesquisador José Maria Fillipini, da área de geoprocessamento de dados.

O conjunto das obras disponibilizadas pela Embrapa em parceria com outras instituições representa um marco para a olivicultura brasileira.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.