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Estiagem tem perdas irreversíveis

Região Sul vive estiagem histórica com muitos prejuízos na lavoura


Foto: Secretaria da Agricultura SC

Entre a noite desta quarta-feira (25) e a madrugada de quinta-feira (26) a chuva veio para algumas regiões do Rio Grande do Sul, acompanhada de ventos mas em volume não foi o esperado. A previsão dá conta que os gaúchos ainda podem esperar bons volumes no final deste mês de novembro. Também há alerta para granizo. 

Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) os três estados do Sul tiveram chuvas abaixo da média nos primeiros quinze dias deste mês. O Rio Grande do Sul é o mais afetado. Em cidades das regiões Noroeste o armazenamento hídrico do solo foi inferior a 35%.  Na região de São Borja, na fronteira Oeste, de janeiro até agora foram registrados apenas 800 mm de chuvas quando o normal para o ano todo seriam cerca de 1500 mm. 

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Até o momento 73 municípios do Rio Grande do Sul decretaram situação de emergência e cinco aguardam a documentação final. Somente em São Gabriel os prejuízos já somam R$ 17 milhões e o plantio da soja está atrasado. Em algumas regiões os impactos no milho são irreversíveis. Algumas lavouras somam perdas de 80%, inclusive em áreas irrigadas, de acordo com a Emater/RS. Os grãos não servem nem para silagem. Os animais já dependem de caminhões-pipa para tomarem água. Entidades pediram ajuda ao Ministério da Agricultura, conforme o Portal Agrolink noticiou.

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Em Santa Catarina, que vive a pior estiagem em 15 anos, as lavouras também sofrem. Os dados da Epagri/Ciram indicam que choveu apenas metade do previsto para o ano e o déficit hídrico já ultrapassa os 900mm nas principais região produtoras no Oeste, Extremo Oeste e Meio Oeste. Segundo a Faesc o estado deve colher 700 mil toneladas a menos de milho. Em Concórdia as perdas nas lavouras são estimadas em R$ 40 milhões ou 70% das lavouras e 180 propriedades já dependem de caminhões-pipa para o abastecimento.

No Paraná o Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Agricultura (Deral) aponta que a situação é melhor. Mesmo com a estiagem todo o milho foi plantado e a produção esperada é boa, com apenas 4% das lavouras em situação crítica.

Esses efeitos são causados pelo fenômeno La Niña que causa mais seca no Sul. Segundo o último relatório da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), existe 95% de chance de a La Niña continuar durante o verão e 65% de chance para o outono.

De acordo com o Boletim Meteorológico do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) para dezembro, o último mês de 2020, também espera-se que as precipitações fiquem abaixo da média. Alguns modelos até sugerem maior frequência de eventos de chuva, mas que, no geral, não somam altos acumulados, com déficit de até 50mm. Para janeiro e fevereiro, segue a expectativa de chuvas abaixo da média, sendo que fevereiro pode ter déficit de chuvas maior que em janeiro. O modelo do INMET prevê déficit de precipitação entre -10 e -50mm para janeiro. Já para fevereiro, o déficit previsto é maior, entre -60 a -100mm.
 

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