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Prevenção pode evitar que incêndios destruam estufas de tabaco

Cuidados ajudam produtores a secar a colheita de maneira segura. Afubra já contabiliza 402 sinistros na região Sul


A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) alerta para os riscos de incêndios em estufas de tabaco. Até o momento, a safra 2018/19 registrou 402 sinistros nos três estados do Sul. Somente na microrregião de Santa Cruz do Sul, a entidade tem o registro de 74 incêndios em estufas dos segurados – o município mais atingido é Vale do Sol, com 11 casos.

Nos municípios das microrregiões de Venâncio Aires e Candelária, já foram contabilizados 77 comunicados de incêndios em estufas. O número é considerado dentro da média pelo setor de mutualidade da Afubra. Conforme o gerente técnico Paulo Vicente Ogliari, no passado os sinistros eram ainda mais frequentes. Entre os fatores que contribuem para a mudança no cenário, está a substituição dos fornos convencionais por estufas elétricas – que são consideradas mais seguras, embora não imunes a incêndios. Além disso, o dirigente ressalta que os fumicultores estão mais conscientes sobre a importância da prevenção.

Entre os cuidados essenciais para que a secagem ocorra de maneira tranquila, Ogliari ressalta que os produtores devem cuidar da manutenção dos canos, não sobrecarregar a estufa e nunca ultrapassar o limite da temperatura indicado para o processo. Além disso, aponta que se observe se não há folhas soltas sobre as tubulações antes de fazer o fogo e que não se abra a porta do forno com a temperatura muito elevada, já que o oxigênio pode favorecer a combustão.

A principal recomendação é para que não se tente acelerar o processo de secagem. “Muitos produtores observam o tabaco na lavoura, maduro ou supermaduro, e tentam agilizar a cura para não perder o produto. A pressa pode contribuir com os sinistros e os prejuízos acabam sendo dobrados”, alerta. Essa situação é bastante comum nos meses de janeiro e fevereiro, quando está vencendo o ciclo do tabaco no campo. 

Balanço dos bombeiros

O 6º Batalhão de Bombeiros Militares (BBM) contabiliza que, até o momento, as unidades atenderam em 2019 a 11 chamados de incêndios em estufas de tabaco na região, nos municípios de Vera Cruz (dois casos), Venâncio Aires (cinco casos) e Rio Pardo (quatro casos). Em todo ano passado, nesses mesmos locais e mais em Santa Cruz do Sul, o número de sinistros nas propriedades fumicultoras chegou a 27. 

Já os Bombeiros Voluntários de Candelária somam 30 atendimentos em toda a safra 2018/19, sendo 27 no município e outros três em Novo Cabrais, Cerro Branco e Passa Sete. Já na região Centro-Serra, os Bombeiros Voluntários de Sobradinho foram chamados para auxiliar em 20 sinistros desde o início da colheita nos municípios de cobertura: Sobradinho, Passa Sete, Lagoa Bonita do Sul, Ibarama e Segredo.

Seguro é prevenção 

Desde 1962 o Sistema Mutualista da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) concede auxílios para os associados segurados que, durante a cura do tabaco, sofreram danos nas estufas por incêndio ou tufão. O valor é liberado imediatamente após o evento. Para se inscrever no sistema mutualista, o produtor pode conversar com o orientador da empresa em que está integrado ou em uma das 22 lojas e dois postos da Afubra nas regiões fumageiras do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Sinistros da microrregião de Santa Cruz do Sul

Barros Cassal: 5
Boqueirão do Leão: 6
Gramado Xavier: 3
Herveiras: 7
Passo do Sobrado: 5
Progresso: 10
Rio Pardo: 7
Santa Cruz do Sul: 6
Sinimbu: 10
Vale do Sol: 11
Vera Cruz: 4

Microrregião de Venâncio Aires: 33 estufas
Microrregião de Candelária: 44 estufas

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