CI

Problemas climáticos da safra comprovaram “resiliência” e alta tecnologia das lavouras brasileiras

Apesar da estiagem, produção brasileira de soja e milho ultrapassa as 200 milhões de toneladas


A última safra de soja e milho no Brasil foi marcada pela instabilidade climática nos meses de dezembro e janeiro em diversas regiões do país. Mesmo afetados pelo calor intenso e a estiagem, os produtores conseguiram superar os problemas climáticos, mantendo a produção de soja na faixa dos 115,8 milhões de toneladas e a de milho na casa de 90 milhões. Após passar por 12 estados brasileiros entre outubro de 2018 e março de 2019, a equipe da Expedição Safra avalia os resultados da produção de grãos brasileira como satisfatórios, mesmo com as dificuldades encontradas.

A produção desta safra é quase equivalente a do período 17/18, que alcançou os 115,4 milhões de toneladas de soja e 87,9 milhões de toneladas de milho. O coordenador da Expedição Safra da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, explica que o uso de tecnologias e de boas técnicas de manejo foram essenciais neste processo.

“Comparando com as estimativas iniciais da expedição, que era de uma produção com cerca de 122 milhões de toneladas, a quebra em cima do potencial produtivo foi menos que 10%, visto que encerramos o ciclo brasileiro com 115,8 milhões. Isso significa que a recuperação em volume que foi equivalente a do ano passado”, destaca o coordenador da Expedição.

Para o coordenador de Câmaras Especializadas de Agronomia do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Kleber Santos, a competência do agricultor brasileiro e a formação técnica dos profissionais foram fatores determinantes para a consolidação da boa produtividade agrícola.

“No caso dos engenheiros agrônomos, há grau crescente de capacidade para aplicar tecnologias visando maximizar o uso de insumos, com redução de custos e, aumento da produtividade”, declara Santos. “Apesar das últimas revisões que reduziram a expectativa da safra de milho e soja, registra-se a consolidação da produção brasileira, ultrapassando as 200 milhões de toneladas”, completa.

De acordo com o jornalista do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo da Expedição Safra, Marcos Tosi, que acompanhou alguns dos roteiros do projeto, “quem plantou mais cedo e apostou na plantação precoce da soja, acabou sendo apanhado pelo calor excessivo de dezembro. Porém, nas outras variedades, no ciclo normal e no ciclo tardio, os produtores conseguiram se recuperar”.

Safrinha

Marcos Tosi destaca também que as expectativas para a Safrinha – colheita de inverno do milho – são positivas. “Com a perda na soja precoce, que foi colhida rapidamente, os produtores acabaram acelerando o plantio da safrinha, que está sendo muito boa. De alguma forma ela vai compensar, talvez não em renda, pois o milho não vale tanto quanto a soja, mas em volume com certeza”, aponta o jornalista.

Exportações

Sendo a China o principal país importador de soja brasileira e o Irã o maior importador de milho, a projeção é que sejam exportadas, juntas, cerca de 106 milhões de toneladas das culturas. Serão cerca de 77 milhões de toneladas de soja e 29 milhões de milho.

Roteiros

No Brasil os estados visitados no roteiro técnico-jornalístico foram: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goias, Maranhão, Tocantins, Bahia, Piauí. Seis seminários técnicos – Brasília (DF), San Alberto (Paraguai), Itapeva (SP), Rio Verde (GO), Bom Jesus (PI) e Londrina (PR) – reuniram lideranças da agropecuária para debater oportunidades e desafios do mercado, tendências climáticas e projeções do setor.
América do Sul

A equipe também passou pela América do Sul, Paraguai, Argentina e Uruguai, onde constatou a recuperação da Argentina em relação a safra anterior, a quebra no Paraguai por problemas climáticos e o potencial da rota dos grãos pela hidrovia Paraguai-Paraná.

México – Roteiro extraordinário

A última etapa da atual edição da Expedição Safra acontece em maio, com uma visita inédita ao México. A equipe irá conferir o potencial do comércio agrícola mexicano com o Brasil. O país da América Central aumentou seu interesse em produtos brasileiros para não ficar tão dependente do fornecimento dos Estados Unidos, diante das constantes escaramuças comerciais e diplomáticas com o governo do presidente Donald Trump.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.