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Geada destrói plantações de café

Em Minas Gerais, Paraná e em São Paulo folhas ficaram queimadas


Foto: Divulgação Coopercam

A forte onda de frio dos últimos dias trouxe impactos negativos para algumas culturas sensíveis. Cafezais foram tomados pela geada e os prejuízos começam a ser contabilizando, podendo refletir na produção da próxima safra cafeeira.

Uma das áreas atingidas fica no Sul de Minas. Segundo o IInstituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as cidades que registraram as menores temperaturas foram Maria da Fé, Monte Verde e Passos. Mas, isso não impediu que outros locais fossem afetados, como as lavouras de café. Campos Gerais, Campo do Meio, distrito de Córrego do Ouro e cidades vizinhas, que fazem parte da área de atuação da Coopercam, também sofreram geadas durante a madrugada.

De acordo com o Gerente Comercial e Engenheiro Agrônomo da cooperativa, localizada em Campos Gerais (MG), João Paulo Alves de Castro, será necessário aguardar alguns dias para mensurar o prejuízo real causado pela geada, mas acredita que cerca de 30% das lavouras foram atingidas. “Alguns produtores perderam até 100% da colheita de 2022, que já era considerada uma supersafra”, explica.

Como o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, a geada, que de acordo com especialistas, não tem previsão de retorno nos próximos dias em Minas Gerais, também causa impacto internacional. Com a possibilidade de queda na produção, o mercado já ameaça aumentar os preços da bebida.

No interior de São Paulo as lavouras também foram afetadas. Na região de Franca somente um produtor contabiliza perdas de R$ 400 mil. A queda abrupta nas temperaturas queimou aproximadamente 25% de um dos cafezais do agricultor. A plantação pertenceria à safra de 2022, mas foi perdida por conta do frio. O valor perdido corresponde a três anos de trabalho. "Não tem o que fazer. Prevenir para a próxima geada não adianta, porque o que tinha que queimar, queimou. Agora tem que procurar outra fonte de renda até essa lavoura se recuperar, o que vai demorar mais ou menos uns três anos”, disse a um jornal local o cafeicultor Marcos Antônio Otávio.

A Fundação Pró Café, explica que as fazendas localizadas na região da Alta Mogiana foram duramente afetadas e a grande maioria teve perdas de 100%. A Cocapec, localizada em Franca, acredita em pelo menos 5 mil hectares atingidos na região, o que corresponde a cerca de 5% da área total de atuação da cooperativa.

No Paraná o  Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) destaca que a colheita deste ano não deve ter danos mas na próxima safra sim. As principais regiões produtoras de café no Paraná sofreram com as geadas nos meses de junho e julho. Embora já se tenha conhecimento dos danos, ainda é prematura fazer avaliação dos efeitos. Contudo, há certezas que haverá impactos para a próxima safra”, explica o economista do Deral e também secretário executivo da Câmara Setorial do Café do Paraná, Paulo Franzini. O Estado tem um sistema de alerta para geadas que informa produtores quando ocorrerá geada com antecedência de 48 horas e isso ajuda na prevenção.

A geada pode trazer um efeito drástico na planta, pois causa o congelamento nas células da folha, ramos e troncos. Com a abertura do sol, as células explodem e pode causar a morte das folhas. “O produtor, neste momento, deve esperar de duas a três semanas antes de fazer qualquer manejo na lavoura de café. É preciso avaliar qual foi a intensidade dessa geada e até que ponto ela chegou na planta”, aconselha o gerente da Coopercam.

Analistas de mercado já projetam queda. A Exportadora de Café Guaxupé espera que a safra 2021/22 tenha pelo menos 4,5 milhões de sacas a menos.
 

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