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CNA discute medidas para seguro rural e mobiliza aprovação de recursos para o Plano Safra

A publicação mostra os principais acontecimentos no setor agropecuário no período de 18 a 22 de maio


Foto: Eliza Maliszewski

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Ministério da Agricultura vão desenvolver no segundo semestre o Monitor do Seguro Rural. A iniciativa é um projeto conjunto para aperfeiçoamento dos produtos de seguro, além da disseminação de conceitos relacionados a esse mercado.

É o que mostra o boletim semanal da CNA. A publicação mostra os principais acontecimentos no setor agropecuário no período de 18 a 22 de maio. Segundo a entidade, o tema foi discutido nesta semana com o Mapa e as propostas da Confederação para fortalecer os instrumentos de gestão de risco estão alinhadas com o que o governo vem buscando.

Também nesta semana, a CNA mobilizou parlamentares para aprovação, no Congresso Nacional, do PLN 8, que garante o volume de subvenção ao prêmio do seguro rural de R$ 746 milhões e de R$ 3,2 bilhões em subvenção para equalização das taxas de juros para essa safra.

Plano Agrícola e Pecuário, crédito e seguro rural

As propostas da CNA para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2020/2021 foram apresentadas aos integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), durante reunião da diretoria da entidade nesta semana.

O presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB/RS), destacou que o setor precisa discutir muito com o governo para avaliar quais são as alternativas possíveis para a diversificação do crédito, uma das prioridades defendida pela CNA. O objetivo da política agrícola deve ser o produtor rural e todo o setor ganhará com a ampliação da competição.

A CNA também debateu as propostas apresentadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a gestão de riscos com o Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do órgão.

As propostas apresentadas pela Confederação estão alinhadas com o que o governo vem buscando para fortalecer a gestão de riscos, tanto em relação aos recursos que o governo aloca nas diversas políticas, como em relação às inovações necessárias em produtos de seguro, procedimentos de venda, peritagem e assistência ao produtor.

Para o aperfeiçoamento dos produtos de seguro e disseminação de conceitos relacionados a esse mercado, a CNA e o Mapa desenvolverão um projeto conjunto no segundo semestre de 2020, o Monitor do Seguro Rural.

Essa semana, o Congresso Nacional aprovou o PLN 8, que abre crédito suplementar de R$ 343,6 bilhões. Nesse volume de recursos, está previsto um crédito de R$ 741 milhões para a subvenção ao prêmio do seguro rural, que beneficiará produtores de milho primeira e segunda safras, trigo, soja, maçã, uva, café, arroz e feijão, entre outras 60 atividades que já possuem produtos de seguro disponíveis.

Além disso, foram aprovados R$ 3,2 bilhões para a subvenção econômica em equalização de taxas de juros (47% do volume necessário de equalização para a safra 2020/2021). A CNA mobilizou os parlamentares ao longo da semana para garantir a aprovação dos recursos suplementares para os dois principais instrumentos de política agrícola: seguro e crédito rural.

Frutas e hortaliças

No Mato Grosso do Sul, as medidas de contenção do novo coronavírus têm ampliado a demanda por produtos locais, devido à menor entrada de produtos do Sudeste. O estado encontra-se entre os que aderiram ao projeto Feira Segura do Sistema CNA/Senar.

O mesmo está ocorrendo em Tocantins, onde cinco feiras já foram realizadas adotando as medidas de segurança sugeridas no projeto.

Na Bahia, a Feira Segura vem contribuindo para o retorno das feiras livres em decorrência da cooperação entre a Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB), sindicatos e prefeituras. Quatro municípios já aderiram à iniciativa na última semana.

Com exceção da produção de cebola na região de Irecê (BA) e outras culturas que tiveram atraso de ciclo em decorrência do excesso de chuvas dos últimos meses, a produção de hortifrúti do estado não vivencia problemas graves, mas continua com sinal de alerta em relação à comercialização e à disponibilidade de mão de obra.

Produtores do Vale do São Francisco estão otimistas quanto à exportação no segundo semestre. Eles têm se preparado para a safra e seguido rigorosamente as medidas preventivas contra a Covid-19 dentro das propriedades.

Commodities agrícolas

A falta de perspectivas para melhora do cenário de crise que afeta o setor sucroenergético, o avanço da colheita da cana-de-açúcar no Centro Sul e a falta de sinalização pelo Governo Federal sobre medidas emergenciais ao setor são fatores que preocupam os produtores. A inadimplência das usinas em relação à cana colhida é a maior preocupação.

A manutenção da cana em pé, sem corte, nesta safra, é uma possibilidade traumática já considerada, podendo gerar problemas agronômicos e de produtividade irreversíveis nas próximas safras.

Na cafeicultura, produtores intensificam o planejamento da colheita para que ela possa durar um período maior, como forma de contornar os problemas de disponibilidade de mão de obra vivenciados. No entanto, prejuízos na qualidade poderão ser verificados, caso os produtores não consigam ajustar a força de trabalho com o fluxo de maturação e ponto ideal de colheita.

Como forma de contribuir com a segurança dos trabalhadores, as Federações e o Senar estão realizando a distribuição de máscaras para trabalhadores, produtores, sindicatos e cooperativas. Em São Paulo já foram distribuídas 3 milhões de máscaras.

Aves e Suínos

Os produtores integrados reportam situações distintas quanto ao cenário de abate. Plantas que fornecem produtos a mercados diversificados estão com a rotina normal. Já as plantas voltadas exclusivamente ao mercado interno e com pior rede logística continuam reportando diminuição dos alojamentos.

No mercado independente, o preço do frango vivo permanece estável, cotado a R$3,00/kg, em São Paulo.

Para os produtores independentes de suínos, as cotações do animal vivo continuam em recuperação. Em relação à semana passada, as cotações registraram alta em Santa Catarina (+0,7%), Rio Grande do Sul (+1,2%), Minas Gerais (+2,0%) e Paraná (+8,2%). Já na produção integrada, a época de renovação dos contratos culminou com a crise causada pela Covid-19, fazendo com que a maior parte das empresas esteja propondo a manutenção ou mesmo redução da remuneração do produtor em relação ao ano passado.

Lácteos

A oferta de leite no campo está reduzida, pois a produção encontra-se no período de entressafra. Esse cenário impulsionou o preço do leite spot que registrou alta de 35% na segunda quinzena de maio frente à quinzena anterior.

Enquanto isso, a retomada gradual dos canais de venda e o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial do governo contribuíram com o aumento da demanda por lácteos. Logo, o preço do queijo muçarela subiu 7,13% em São Paulo esta semana frente à anterior, e o preço do Leite UHT se valorizou em 8,32%.

Enquanto essa alta não chega ao pecuarista de leite, ele está na expectativa de melhor remuneração pelo leite entregue e de um recuo das cotações da ração para que consiga recuperar parte da margem perdida nas últimas semanas.

Boi Gordo

Apesar da redução de negociações durante a semana, o mercado segue estável com preços na faixa de R$ 200,00/@ para animais mais precoces e entre R$ 175 e 185,00/@ para animais erados, o que tem afetado a margem de terminadores.

Somado a isso, o custo operacional dos sistemas de pecuária de corte mantém a tendência de alta observada desde o início do ano, fechando o primeiro trimestre de 2020 com alta acumulada de 1,8% para a cria e de 6,5% para recria e engorda, principalmente em função do aumento dos custos com a reposição de animais para a atividade.

Aquicultura

Enquanto os grandes produtores de tilápia e as integradoras mantiveram suas vendas para a rede de varejo, produtores de peixes nativos e de camarão, setores altamente dependentes do mercado de food service, continuam diminuindo os povoamentos para adequar a oferta à demanda.

Nesta semana, a aprovação da Medida Provisória nº 915/2020, que trata da simplificação dos processos de cessão de águas da União e de licenciamento ambiental, foi vista positivamente pelo setor. Se sancionada, a MP pode trazer desburocratização e maior competitividade ao setor.

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