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Big data reduz risco climático na lavoura de grãos

Pesquisadoresutilizaram big data para compreender os efeitos do El Niño e da La Niña


Foto: Marcel Oliveira

O big data é a capacidade de reunir e analisar grandes volumes de informações com o uso de ferramentas tecnológicas estatísticas e computacionais com rapidez e qualidade. O diferencial está em poder cruzar dados sobre determinado tema para gerar algo novo, um conhecimento que não existiria se esses dados permanecessem separados, isolados em seus repositórios de informação originais.

Esta tecnologia agora está sendo usada por pesquisadores para entender os efeitos de fenômenos climáticos como o El Niño e a La Niña na produção de grãos da safra de verão. 

Pesquisadores latino-americanos analisaram e cruzaram dados de 50 municípios nos estados de Rondônia, Mato Grosso, Goiás e Tocantins, responsáveis por 39% da produção de grãos no país. O resultado foi um calendário de cultivo que pode diminuir as perdas por estresses hídricos. 

Os pesquisadores usaram como base dados do Instituto Brasileiro de Meteorologia (Inmet) sobre precipitação diária no período de 1980 a 2013 nos estados em questão. Essas informações foram associadas a outras oriundas da Agência Nacional de Águas do Brasil (ANA) e da Agência de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa).

A pesquisa estabeleceu a dinâmica da estação chuvosa no verão estabelecendo fatores como datas de início e fim das chuvas, quantidade total de precipitação pluviométrica, duração da estação chuvosa e número de dias secos e úmidos dentro desse período. A partir dessas determinações, foi possível estimar também a disponibilidade de água presente no solo para a realização da semeadura nas localidades estudadas e relacioná-la às necessidades hídricas de cultivos ao longo de todo o ciclo produtivo. Nessa etapa, o trabalho foi feito por computadores com modelos que simulam as necessidades de crescimento, desenvolvimento e produção de lavouras.   

Outro resultado importante mostrou que El Niño e a La Niña têm impacto significativo, acarretando perdas de produção em todos os estados pesquisados, principalmente na safrinha, que é cultivada após a safra principal, ou seja, semeada a partir de fevereiro. 

O estudo realizado é útil para melhorar a tomada de decisão de agricultores, governos, seguradoras, indústrias de insumos e outros segmentos envolvidos na produção agrícola. Esse trabalho pode ser expandido a outros estados brasileiros e regiões de cultivo e, futuramente, essa pesquisa deverá estar conectada a sistemas de assistência técnica rural que auxiliam os produtores a diminuir potenciais riscos às lavouras.

As descobertas podem ser vistas na íntegra no jornal científico International Journal of Climatology, editado pela Sociedade Meteorológica do Reino Unido. Veja aqui.

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