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Soja é alternativa para recuperar solo

Em TO oleaginosa também impulsiona criação de gado


Além de ter uma boa relação de custo e produtividade a soja pode ser uma alternativa para recuperar áreas de pastagens degradadas. É o que descobriram produtores da região Centro-Sul do Tocantins. A integração da agricultura com a pecuária tem rendido boas produtividades e engordado o gado de forma mais rápida na palhada de soja. 

O produtor Marcelo Zanella, que cultiva mil hectares de soja em Gurupi, integrados com 400 cabeças de gado de corte, percebeu que o grão aumentou a produtividade do “boi safrinha”, como dizem na região, em 20%. “Conseguimos aumentar o número de cabeças por hectare. Isso porque a agricultura ajuda a melhorar a pastagem para o gado”, explica. Atualmente, o produtor abate 250 bois por ano."

Zanella faz integração com a pecuária há apenas 2 anos. Depois de plantar a soja, ele faz cobertura com milheto e, na sequência, coloca o gado para comer a palhada. Os bois, por sua vez, deixam matéria orgânica no solo, o que favorece o enraizamento da braquiária, também usada como segundo cultivo, melhorando o perfil de solo.

O aumento de produtividade dos talhões de soja mais antigos é notável. Alguns chegaram a 75 sacas/hectare. A soja, segundo o produtor, foi uma forma de recuperar as áreas que estavam degradadas pela pecuária. 

O engenheiro agrônomo Leonardo José Motta Campos, da Embrapa Soja Núcleo Palmas (TO), explica que os produtores não se preocupavam tanto em recuperação das terras, pois era mais barato comprar novas terras do que recuperar. “Hoje, com a valorização da terra, não existe viabilidade econômica para este tipo de prática. A recuperação destas pastagens ocorre de outras formas, como arrendamentos para plantar soja, o que permite elevar a fertilidade dos solos, devolvendo a terra recuperada ao produtor com capim formado, o que é ideal para os pecuaristas”, explica.

Segundo ele, esta é uma vantagem, pois a soja está entrando no cerrado mas não em áreas novas e sim em pastagens degradadas, sem causar grandes impactos ao ambiente. “Nestas áreas a soja é cultivada sem a derrubada de uma árvore sequer”, pontua.

De acordo com Cleverton Santana, superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, o Matopiba (que inclui ainda os estados do Maranhão, Piauí e Bahia), de modo geral, é uma região onde ainda há muita área disponível para o plantio, especialmente considerando as áreas de pastagens. “Elas vêm diminuindo porque ou o produtor que era pecuarista tem procurado diversificar as atividades com acréscimo da agricultura ou que arrendam parte da área para a produção de grãos”, diz. O confinamento do gado também tem ajudado a potencializar a área de pecuária, segundo Santana."
 

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